segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Maria Alice Vergueiro em "Tapa na Pantera"

É como se fosse Carnaval: ninguém leva a mal! e se levarem... ó! tou nem aí... ;-)

Pronto, é assim: hoje encontrei no YouTube os videos de Maria Alice Vergueiro "Tapa na Pantera", e escangalhei-me a rir! já há anos que não os via e até me tinha esquecido. Melhor assim que, repito-vos, escangalhei-me a rir. Trouxe para o tasco uma amostra mas há mais. Incluindo registos dessa actriz noutra onda, a exemplo cantando Brecth.

Vale a pena vê-los todos, mas comece-se pela Pantera para ficarmos bem dispostos! :-)



Agora uma colagem com fundo musical "funk" ;-)

sábado, 22 de agosto de 2009

Verão musical :-)

Chegando o sol com força à pinha, é sempre uma canseira com o Macua! No ano passado foi uma desgraça, que me esfalfei a youtubizar o blogue com músicas, e já se sabe que atrás duma vem outra, é como com as cerejas e não tarda está uma história contada.

Este ano já pensava estar safo quando, ao ir lá para reler este poema, que adorei pois acho que a maior virtude dos poetas é conseguirem dizer em seis linhas o que um prosador faz em noventa e seis - e Knopfli é curto, suave e certeiro, ó se é...! - e dou com um desafio que já me pôs a cuca a ferver... que de armas para tanto senti-me esvaziado. Deu-me ânimo foi reparar no video seguinte, por acaso um dos meus preferidos (o gajo é bruxo? se o é foi bruxo bonzinho, benevolente...) pois, para esse, de certeza que não arranjava arma para cruzar: Pacio de Lucia, John McLaughin e Al di Meola juntos, como ripostar hein? complicado... (e sobre McLaughin ainda tenho algo para contar. doutra vez). É que já cusquei no YouTube algo dum grupo que era a menina dos meus olhos em 1976, nos meus gloriosos tempos de Lisboa e dos speed's, e não encontrei nada. Trata-se - aqui poderá estar o erro, no nome, e por isso a busca é infrutífera - dos "Jazz Composers Orchestra", ao que me contaram um grupo alternativo de NY e que teve curta existência. Ouvi à exaustão uma cassete com gravação obtida sei lá como, e nem a fita já ter 'danos' impediu que em muitos bringdowns fosse o fundo que aplacava carências e curtia os silêncios. Menos mal.

Assim puxei pelos tarecos à memória e lembrei-me dos Osibisa. Não era grande fã, confesso. A música linkada era a que mais ouvia, ou era a que mais gostava. Mas sobre os Osibisa há outra coisa, uma dúvida que me vem desde '75, em Lourenço Marques. Com a revolução a correr a pano cheio e a independência anunciada muitos moçambicanos que se tinham exilado por opção política, ou simplesmente emigrado na procura de realizações pessoais que então e lá lhes eram inatingíveis, regressaram. Eu, semi puto, os meus verdes dezoito's, não conhecia do antes nenhum, e no durante só vim a conhecer a fina flor, a malta da cachimbada e da gargalada, da speedada e das trips. Nada de grandes voos, que eu voava baixinho e estava sempre a sentar-me mal via um muro e um charro a acender-se. Ora, não os conhecia mas ouvia-se falar neles quando eram 'nome', e nalguns casos havia pontos de contacto, amigos comuns, locais de poiso, etc.
Acontece que era amigo do Shemane, malta do Alto Maé, e sei lá se por ele se no grupo, recordo ouvir contar que um irmão mais velho, o Kamal, que emigrara num misto de opção política (o fantasma do SMO...) e na senda duma carreira musical que, lá, era impossível para a medida daquilo que entendia conseguir alcançar, regressara a LM cheio de glórias pois, após uns tempos em que residira no Cairo fora para Londres e lá conseguira ascender ao staff de palco dos Osibisa, não nome de luzes mas dos que vêm logo a seguir, o que, olhando para a projecção que a banda tinha, era sucesso, era feito, não era topo de carreira musical mas último lance de escadas para atingi-la. Nunca tive a certeza. Hoje não me recorda a cara do Kamal pois vi-o poucas vezes e de fugida: era "mais velho" e não alinhava com o grupo "dos putos". Cuscando na net vejo que havia um Kamal na ficha técnica dalguns álbuns, já catei fotos onde se vê menos mal a cara do que suponho ser o Kamal, mas não posso dizer que é o mesmo. E, entre nós, a verdade é que se falava mas não sei se como mito integral ou apenas meio, um fundo de verdade inchado. Ou até ser verdade inteira, e o Kamal moçambicano, irmão do Shemane, ter feito parte da banda Osibisa. Sei lá. Nem é importante, foi apenas pretexto para um pouco de parlapiê e não meter o video a seco, que gosto de conversar e o Macua sabe e por isso pica-me :-)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amores estivais



Os rapazes de tronco nu que não tiram os olhos das raparigas. Elas sorriem com malícia, vaidosas de ser e do viver. Além e aqui grãos, grãos do moinho que nas praias fez-se areia e nos peitos paixões, suspiros de sol. Quando o raio estala a multidão acaba, desvanece-se levada em ondas que recuam aspirando tudo, esgotando o mundo: ficam dois olhares e uma praia e nada mais existe. O clique mágico da caminhada da vida estalou e une um desejo dividido em dois, esse ardor adolescente que não sabem ser o prenúncio das solidões que virão. O sol negro da existência e o regresso da multidão.

Acontece sempre assim e é maravilhoso enquanto dura. Enquanto dura. E quem se rala? A vida é bela é vivida e não temida na precaridade dos imponderáveis ou nas finitudes de tudo: o Sol continua e se há compromisso com ele é o de lhe sorrir e viver, qu'ele não é perecível ou se desgasta como o arrepio na pele dos amores de Verão. A bela ilusão renasce contínuamente, enquanto rapazes e raparigas se galarem no descomprometimento das juras eternas, e quem se rala? Afinal viver é uma colecção imensa de ficções e ilusões, e nas praias não há lugar às irrealizáveis: há sol e, repete-se, ecoa nos grãos, com sol a Vida é Bela!

Além, aqui, os rapazes de tronco nu não tiram os olhos das raparigas e elas sorriem com malícia; além, aqui, as miragens do calor escondem a vã estivalidade, e ninguém se rala.


(foto da praia do Tofo, em Inhambane, Moçambique, gamada aqui.)

exílios



Acabei-o ontem à tarde. É o melhor romance de Mia Couto. Cerca do meio estava a nascer-me um certo enfado, mas o surgimento duma história paralela ressuscitou e entrelaçou o enredo, num galopar de páginas sem descanso.

Entretanto dou notícia aos meus 27 leitores do que suspeitam: para o tasco não tenho escrito nada. Uso palavras mas são íntimas. Estive até por duas vezes para fechar a porta e tá-tá. Mas como nunca cumpro, é deixar rolar. Obrigado pela fidelidade ou curiosidade, que quem tem blogue ou lê blogues é voyeur de persianas e daí não vem mal ao mundo. Nem me interessam os males do mundo, valha a verdade: olho e penso a micro questão, o indíviduo: sou um, e relaciono-me um a um. De momento faço um luto (não literal, haja!) e isso absorve-me sem dó. Uma gargalhada? há-de soar, mas ainda é cedo.
Isto é "tá-tá" mas no sentido de "até já" :-)

(foto da capa gamada aqui.)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mau cheiro



O prazer da discussão do sexo dos Anjinhos, ou A honorabilidade da porca Política (ler por ordem): [1], [2], [3], [4]

Lendo os comentários percebi que há mais. Para mim estes chegam, e acabaram-se os links. Até ao fim do ano? :-(

(o cagalhão artístico estava aqui. peço desculpa, mas...)

domingo, 16 de agosto de 2009

9:58!!!!



Este gajo não é deste mundo! Parabéns mesmo, caraças!




Notícia e origem da foto, aqui.

Melancolia e esperanças



A escrita 'bonita' é a simples e sincera, escorreita, sem gramáticas complicadas. O sentimento a ler-se e, em glória ao escritor, partilhado.
Foi o que senti ao ler este texto de Graça Pereira, no seu blogue Zambeziana. Recuar e ler mais não é esforço.

...entretanto sonho com um resto de vida num paraíso já com nome e ilhas em redor: Inhambane.
Eventuais cuscas têm mais aqui: [1], [2], [3], [4], e o Google tem a arca cheia.

(foto do blogue linkado)

sábado, 15 de agosto de 2009

"Sei-te de cor"



Não foi recebido por e-mail: foi dito com um sorriso nos lábios e os olhos cantarolando um amor maior que estrelas, que esta era "a" música que melhor retrata o que sente por mim. Na mão uma folha dobrada, com a letra copiada. No coração, aberto, muito mais que mereço, e agarro: agora sei de cor, sem precisar ler, a fortuna que é ser amado.

Obrigado Paula "Webina": afinal Nós sabemo-nos de cor e isso é superior ao salteado. Eu também te amo e as rabujices são parte do cenário, que, tu que me sabes de cor, conheces como o defeito infantil do webismo-quirimbismo, mas que não trava o imparável progresso revolucionário até à vitória final.

Teu Carlos "Web"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

data e hora


Um mês.

"A Trama"



Porra, se gostam de livros, música e de bom gosto, visitem este blogue!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

dr. House?


A Carla comentou que há momentos em que lhe lembro o Dr. House. Pelo feitio - teimoso, cáustico, mais etcs que não quero aprofundar - e até fisicamente - a barba de três dias e o coxo. Em momentos, realçou. Amiga.
Resultado 1: estou a ver a série desde o primeiro episódio. Resultado 2: há momentos em que franzo o sobrolho e há outros onde sorrio.

Raiz quadrada à questão: esta miúda sabe como convencer-me!

(imagem daqui. pessoalmente acho que tenho menos 'cara de mau')

José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa



O afã reformista interessou-me. "Mexias", e não estou bem habituado.
A pontaria selectiva preocupou-me: zarolho e a visar alvos sem critérios que me parecessem claros.
As trapalhices (soft, soft...) aumentaram o incómodo. Muitas, muitas, meu...
E a soberba irritou-me. Não gosto de gente assim!
Depois apercebi-me das politiquices, e isso enojou: perdeste o privilégio da crítica ao alheio.

RUA! - és parte do problema e não da solução. Não o entendes, gaita? ok, sais a pontapé eleitoral.

Declaração de desinteresse reiterado: não votei nele em 2005. Este ano será igual.

(foto daqui.)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

o mês do Diabo


A bloga morna, valha a reivindicação duma bandeira e a ousadia. As ruas lentas, pastosas no sumiço das latas nossos amores. O calor da cidade, insuportável, tanto o é que nem haver lugares para estacionar refresca e dessaliniza o corpo. Pastoso, Agosto pastoso. Como será nas praias e nas aldeias, aquelas afogueadas com a migração do estio, estas rotundas nas micro multidões que procuram no ar verde o canto dos seus silêncios? Até os poetas se silenciam quando Agosto vem, que a cidade falece neste cozer lento, lento, agostino, tempo de bué de lugares de estacionamento, tempo de bué de silêncios, tempo de olhares lentos, de leituras prometidas, de gelados enganadores. Tempo, tempo de Agosto, mês e vez sem fuga. Sem fuga, pese o longo vazio nas ruas e as janelas fechadas: o céu está brilhante mas a vida desmaia-se com o calor. Sem tons, sem sons, sem a cor da alegria, o vozear da vida. Não, não vale: este calor não é bom, desidrata a cidade e o viver. Agosto: vai-te que quero regressar-me, quero a cidade como era, a bloga como antes, o corpo sem esta febre que nem as sombras acalmam, a cerveja ameniza ou o pastoso silêncio esconde. Quero o fim do tempo falso, praias e aldeias postiças, férias de Nós. Quero o regresso, as multidões e o seu calor tão diferente deste, opressor. Agosto: vai-te, por favor.

(imagem gamada aqui.)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dia da catraia

Tenho por hábito fazer um post no aniversário dos meus filhos. Hoje faz 17 a "pequenita" e este post é para ela mas também para os irmãos, e não é um post tradicional de aniversário embora te deseje que hoje seja um dia integralmente especial, e tudo de feliz na vida, filhota.
Este post é lamechas porque começo por dizer que vos amo. Três diferentes e três especiais, e todos com muito de mim. Para fecho continua lamechas porque quero pedir-vos perdão e nem sabem do porquê todo: não é só pela recente parvoeira, é por todas as outras, e cada uma me fracassou como Pai e vos fez infeliz. Perdoarem-me, perdoares-me, é uma forma de serem mais felizes - não estou a ser egoísta quando o digo: é conselho "do velho".
Eu? como vês-vêm continuo igual: a adorar-vos mesmo sem saber dizê-lo da melhor forma e que é agir «sem merdas», e nesta indecisão entre o rebentar de orgulho por vós-ti, ou de vergonha por mim.

Um "smiley", ok? É a minha prendinha :-)

(a foto do bolito veio daqui.)

sábado, 8 de agosto de 2009

A seita



Sou um ferrenho da hipérbole (o link é para uso pessoal, não se ofendam: tenho memória RAM curtíssima e graves lacunas académicas). Portanto sou um hiperbolista (vá, não se danem: as razões são as mesmas) ao nível dum Cristiano Ronaldo.

Diz-me a filhota, que é quem me ajuda nestas dificuldades gramaticais, que não admira pois (sic) «é uma figura de estilo que exagera a realidade. normalmente os escritores são assim, porque é que me tás a olhar com essa cara?». Provavelmente tem razão e encontro conforto na probabilidade: fui integrado numa seita e não é das más: a malta dos castelos no céu, nas nuvens, e que de trapos fazem textos, meus hipérboles sorrisos, meus dez toques seguidos à realidade sem deixá-la tocar no chão.

(belíssima imagem daqui. até parece o meu cantinho, juro-vos :-)

"tempus fugit"


post lindo. ao lê-lo senti o estremecimento «eu sinto o mesmo..!», claramente não em relação ao versado mas nos milhentos individuais vagos e concretos.

É bom vaguear nas memórias, picotar no presente torrões de nós. Olhar o primeiro fumo do cigarro que se acendeu, essa nuvem especial que é mais que fumo, é um olhar que a trespassa. Visitar um bairro onde vivemos e olhar a janela onde antes assomávamos. Uma folha dobrada dentro dum livro, e a pontada de emoção ao, desdobrando-a, encontrar um momento que se quis testemunhar, e ali ficou. Olharmo-nos na primeira passa, esse fumo de nós que não pára de nos surpreender. Somos diferentes do que fomos. Até quanto? para melhor ou pior? Corrigimos quanto do mau, ou não. Os defeitos cresceram com os calendários? E do bom ardido nos cigarros que acendemos? só há cinzas, ou neste fumo que olho, neste post que leio, neste matutar que escrevo, encontro e aconchego o suficiente para dizer, escrever, berrar até se necessário, que do bom não há só cinzas mas muito mais, a palavra mais escrita com ternura? Eu preciso de responder a tanto e por tanto que não consigo deixar de fumar o passado. Pela nuvem, por mim, e por quem irá ler e acender um cigarro.

(imagem daqui.)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

buááááá



«tô com fome de ficção, gaita!»

(o bebé chorão estava aqui, tadito...!)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

citações



"Sem imperfeições seríamos vultos" - Charles Brenton Walters, 1855-1909

(foto daqui.)

domingo, 2 de agosto de 2009

Post de Homenagem



Zeca Afonso faria hoje 80 anos. Mas não está cá. Está o seu legado, está quem o cante, e em dia de aniversário estão memórias cruzadas.
No video Cristina Branco canta "Avenida de Angola" de José Afonso. Nesta frase cruzo muito da minha vida. Homenagem, é o post.
Primeiro ao Zeca, cantor Imortal que quando pegava no microfone e na viola fazia muito mais que cantar: gritava. Eu recordo-me de sentir o grito. Homenagem e saudade, porque me lembro. Tristeza também, por tanta vez sentir que ensurdeci.
Avenida de Angola... Eu vivi lá, cresci olhando as pombinhas e sonhando com alfinetes de dama, para não contar mais e dizer como aquela avenida era longa, tão longa para ligar duas cidades numa e para coser uma infância à adolescência sem ficarem casas por apertar. Não quero falar mais nisso, afinal tantas Avenidas de Angola há em tanto lado, mas esta que Zeca Afonso e Cristina Branco cantam é a minha avenida de angola. Meu passado, homenagem, que dele não me envergonho.
Meu presente: Almeirim. Às vezes é Hell-meirim mas Cristina Branco é almeirinense e a homenagem é ao Hoje: é Almeirim. Realidade, homenagem. Serenidade e alívio. Não meto nenhuma tristeza nesta conta: é dia de aniversário também aqui em Almeirim.

dia de Pink Floyd

sábado, 1 de agosto de 2009

Trabalhos inúteis



Encontrado no 5dias.net com pretexto e contexto. Eu uso-o com pathos lúdico.

Olá Agosto!



Més de férias, mês festeiro, mês de praia. Abre com uma foto da praia da Ponta do Ouro em Moçambique, arranjada by net e sem ter gravado a origem: também não é grave que é só para recordar, e um mês tão especial tinha de abrir com fanfarra e memória.