sábado, 8 de agosto de 2009

"tempus fugit"


post lindo. ao lê-lo senti o estremecimento «eu sinto o mesmo..!», claramente não em relação ao versado mas nos milhentos individuais vagos e concretos.

É bom vaguear nas memórias, picotar no presente torrões de nós. Olhar o primeiro fumo do cigarro que se acendeu, essa nuvem especial que é mais que fumo, é um olhar que a trespassa. Visitar um bairro onde vivemos e olhar a janela onde antes assomávamos. Uma folha dobrada dentro dum livro, e a pontada de emoção ao, desdobrando-a, encontrar um momento que se quis testemunhar, e ali ficou. Olharmo-nos na primeira passa, esse fumo de nós que não pára de nos surpreender. Somos diferentes do que fomos. Até quanto? para melhor ou pior? Corrigimos quanto do mau, ou não. Os defeitos cresceram com os calendários? E do bom ardido nos cigarros que acendemos? só há cinzas, ou neste fumo que olho, neste post que leio, neste matutar que escrevo, encontro e aconchego o suficiente para dizer, escrever, berrar até se necessário, que do bom não há só cinzas mas muito mais, a palavra mais escrita com ternura? Eu preciso de responder a tanto e por tanto que não consigo deixar de fumar o passado. Pela nuvem, por mim, e por quem irá ler e acender um cigarro.

(imagem daqui.)

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