segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Mamografia de mármore"



Deliciam-me as palavras
dos relatórios médicos, os nomes cheios
de saber oculto e míticos lugares
como a região sacro-lombar ou o tendão de Aquiles

Numa mamografia de rastreio,
a incidência crânio-caudal seria
um bom título para uma tese teológica.

Alguns poetas falam disso. Pneumotórax
de Manuel Bandeira ou Electrocardiograma
de Nemésio, para não refererir os vermelhos de hemoptise
de Pessanha ou as engomadeiras tísicas
de Cesário.

Mas nenhum(a) falou (ou fala)
de mamografia de rastreio. Versos dignos
só os de mamilo róseo desde o tempo
de Safo ou de Penélope. E, de Afrodite
enquanto deusa, só restaram óleos e
mamografias de mármore.

Inês Lourenço, in "Poesia ilimitada"

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"língua lindo"




 
não estou a escrever nada. devia mas não estou. diluo o que encontro pendurado, em silêncios tão bons que não têm tempo, em papéis amarrotados que aqui e ali deixo, bilhetinhos em bolsos que um dia os encontrarão - e se perguntarão, talvez: o que é isto? fumas-te até ao filtro e são estas as cinzas que nos mostras? é esta a tua tosse de escritor, o teu melhor catarro, aquele que faz as cabeças não virarem-se para olhar o doente mas debruçarem-se para ler minúcias da doença? oh... cura-te! escreve-te, soa, grita se for caso dum grito ou murmura quando nem as folhas da calçada devem estremecer se caminhas nu, como quando se escreve de escrever grande. tu sabes.... não lês os outros? então? sabes que não é tudo igual, que quando gatinham dum peito as cerejas roubadas sabem a céus, as palavras ganham desenhos e torna-se tão real como nos silêncios em que nos pensamos sem fim, sem fim, um sem fim daqueles que nunca acaba escrito (todos os temos). e nasce, é mais legível que se desenhado na mais bela prancheta e segundo diz o melhor estilo. abatem-se árvores para imprimi-lo.

uma vez vesti-me de domingos e fui dar uma volta ao quarteirão das luzes comigo mesmo, experiência que só não relato porque não quero levantar-me deste momento, este hiato, esta pausa-refúgio de não escrever além de murmúrios que devem soar como um ciciar de moribundos: os de quem não nasceu, enganou-se e retrocedeu. mas recordo-me e lá vou contando, por aí posso ir: a frase maldita foi escrita, é mais um bilhetinho. fui, andei, sonhei que trepava árvores, perdi o norte de que a beleza das nuvens está em serem eternamente distantes, e voltei a correr para casa envergonhado e assustado, rasguei-me até ficar minúsculo e ficarem estes papéis. estes e-papéis. bilhetinhos em e-bolsos e alguém os irá ler, notas soltas que juntas dão um caderno de capa preta e cantos amarrotados, um dos célebres promitentes futuro livro que num dia de muito sol “há-de vir”. mania: sem maiúsculas: não há soberba na modéstia (que nem isso é), o que gosto é de surpreender enfiando papelinhos amarrotados em mãos que sei lê-los fazendo-os ternos. e, quem sabe? sorrirem com a tosse insistente de quem nega que existe e em culto de agonias escreve, escreve, escreve e espirra, que desagradável seria fazê-lo com a arrogância musculada da maiúscula assertiva, canetas autoritárias cravadas no papel. tão pouca beleza! tenho estantes disso, eu li, eu sei.

o meu único livro encadernou-se à bela vista a 20 de Junho de 2005, fiz um discurso de merda e dei dezenas de autógrafos. depois houve a fase parva. houve, não: continuou. até que percebi: são mais simples os bilhetinhos, não têm badanas e têm mais cor, e quem os encontra lê mesmo e não arruma na estante: a beleza é a simplicidade. e desdigo: afinal sou um vaidoso, quero é que me leiam para auto-justificar-me deste escrever em “low cost”, sem rubor de mim, sem autógrafos, com um sorriso sincero e que se escreve traduzido em língua lindo, a tal que nos gatinha e faz as árvores vivas e acessíveis.
 
(texto publicado também aqui, no Autor Al. gracias, malta boa!)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

na doença de Mário Soares


Há um rufar de tambores que soa e me crispa, um afiar das piores facas que se exibem quando irados: as do ódio cultivado em rancores sedimentados, quistos que nem com cirurgia saem. Um atribuir de culpas além das devidas, numa transferência conveniente: muitas delas deveram-se ao acumular por décadas de inconsciências políticas e sociais que descambaram em rachas, em fracturas, que precipitaram soluções: as revoluções nunca são pacíficas e doem sempre depois da euforia. Vivêmo-lo.

Mário Soares esteve/está gravemente doente e nem seria preciso uma ronda pelas redes sociais ou pelos comentários às notícias dos jornais online para perceber o que estava a acontecer:  o pior. O ódio, esse animal selvagem e sem nada de belo a comandar as emoções, a ressurgir recalcamentos e frustrações, a mostrar-nos mesquinhos ao apontar o mau e esquecer o resto (que não é pouco), e mesmo a distorcer factos de forma a moldá-los à espuma viscosa que se regurgita.
Já vivemos a morte de vultos políticos que nos acompanharam no crescer, indestrutíveis na nossa memória: Sá Carneiro, Marcello Caetano, Samora Machel (falo como luso-moçambicano), Álvaro Cunhal, e um dia destes provavelmente Mário Soares. A lei da idade permite poucas excepções, e o aspecto dele infelizmente dá a entender que ela o está a pôr a jeito. Erros? Certamente há carradas e de nada vale lavá-los. Talvez tentar entendê-los sob a lupa das conjunturas em que aconteceram. Talvez. Mas olhar-se igualmente para o inverso: o muito positivo que há, que teve, que fez. Não enumerar uns e outros: olhá-lo, Mário Soares, o nosso velho Mário Soares, pela sua vida cheia, e cheia de combates. Muitos, nunca lhos agradecemos devidamente embora deles tenhamos colectivamente beneficiado. E muitos dos erros tentou empurrá-los para debaixo do tapete, também é uma boa verdade. Mas…

A minha família, a que efectivamente conta, gosta de mim. E os meus amigos, aqueles que não traem o adjectivo, também gostam de mim. Eu, de mim, este poço de erros velho e sacana que mesmo assim olha para trás e não mudava muito: fi-los com convicção, erros e acertos, passo a passo tropecei e corri mas nunca sentindo-me sozinho: acreditei no que fiz como sendo não só o bom para mim mas também para ‘os meus’ -  e em sentido largo, arvorado às vezes até numa ilusória “consciência nacional”: o bem colectivo não me é nem nunca me foi indiferente. (Houve erros cometidos conscientemente, mas não sou nem quero ser ‘perfeito’.) E, com isto dito e aqui encaixado, quero dizer que embora a lógica dum balanço isento desdiga a justiça daquele amor e apreço que me votam, não sou um erro nem é um erro haver quem goste de mim: sei que tive carinhos nos momentos certos a quem os carecia e mesmo quando deles se lambuzavam, e sei que mesmo quando errei não o fiz de má-fé, queixando-me até de ser cliente mais assíduo ao azar que à sorte quando é a vez delas mandarem. Em suma: esforcei-me. Sem falsas imodéstias isto é algo. À minha pequenina escala, fui o máximo que consegui.
Mário Soares deu-nos muito enquanto homem político. Não foi um “não faz”, que passa por cargos políticos sem que dele se note obra e rasto além da palavra balofa. Errou? Errou. Mas fez. Acusam-no de gostar de confortos – também eu! – mas ninguém dele poderá dizer que se acomodou, que procurou sempre a sombra na sua estrada. Hoje, neste hoje tão carente de estadistas, de homens públicos que amanhã apareçam na nossa História sem ser em embaraçosos rodapés, ele é um deles. Português de baixo a cima, nas qualidades e nos defeitos. Nosso. Respeite-se, por favor. Ou por nós mesmos: a nossa doença enquanto Povo e País ser-nos-á mais fatal que aquela que o aflige se não entendermos isto.

domingo, 13 de janeiro de 2013

há coisas que uma mala nunca leva


Se alguém me perguntar, hei-de dizer que sim, que foi
verdade - que não amei ninguém depois de ti nem
o meu corpo procurou nunca mais outro incêndio
que não fosse a memória de um instante junto
do teu corpo; e que deixei de ler quando partiste
por não suportar as palavras maiores longe da tua boca;
e que tranquei os livros na despensa e tranquei a despensa,
acreditando que, se não me alimentasse, acabaria
por sofrer de uma doença menor do que a saudade, mas
a que os outros, pelo menos, não chamariam loucura.

Se alguém me perguntar, direi que foi assim, e não de
outra maneira, como alguns parecem supor - que permiti,
bem sei, que outros homens me amassem e me aquecessem
a cama, mas em troca lhes dei apenas um nome diferente
do que tinham e os vi partir desesperados a meio
da noite sem sentir maior dor que a de saber que, afinal,
também eles não existiam para além de ti; e que no dia
seguinte dava comigo a trautear sem querer essa canção
que amavas (como se ela, sim, se tivesse deitado
no meu ouvido), mas que a sua melodia, em vez
de me alegrar como antes, me escurecia mais a vida.

Se alguém me perguntar, nada desmentirei, nem negarei
que os frutos todos que me deram a provar na tua ausência
me pareceram demasiado azedos ao pé dos que explodiam
em sumo nos teus lábios; e que, por isso, nunca mais quis
um beijo de ninguém, nem sequer inocente, e não voltei
também a aceitar as flores que me traziam por me lembrar
que, em mãos assim, tão grandes para o afecto, o seu
perfume anunciava invariavelmente a chegada do outono.

E contarei por fim, se alguém quiser saber, que o teu silêncio
foi de tal densidade, de tal espessura, que não consegui
escutar nenhuma das vozes que vieram depois de ti e, pior
do que isso, me esqueci com indiferença das mais antigas,
pelo que as minhas noites se tornaram uma tão longa
e solitária travessia que ainda esta manhã acordei ao lado
da tua sombra e respondi baixinho, mesmo sem ninguém
me perguntar, que há coisas que uma mala nunca leva.


Maria do Rosário Pedreira

a raposa no galinheiro

«(…) Todo o discurso político do poder é o da divisão e o apelo à luta de classes, grupos, idades, profissões, cada um contra o outro, mesmo quando a condição de cada um é a mesma do outro. Os que tinham toda a razão para fazer greve voltam-se contra os que fazem greve. Os jovens são instigados a voltarem-se contra os velhos, pensionistas e reformados. Os que têm alguns meios de vida desdenham dos que recebem dos que recebem subsídios de desemprego. Os que ainda não viram a sua profissão como alvo apontam a do outro como o alvo que deveria ser o seguinte. Polícias olham para os militares, os militares para os polícias. Trabalhadores do sector privado culpam os funcionários públicos, os funcionários públicos fecham-se contra o desemprego. Os que ganham 900 euros apontam o dedo aos que ganham 1000 euros. Uma inveja social mesquinha e corrosiva perpassa tudo e todos e cada um defende o seu território, dando razão ao Governo, que aponta toda a contestação como sendo “corporativa”. Só a minha “corporação” é que não é corporativa, todas as outras são-no. O vírus da intriga e da divisão sempre foi a melhor garantia da intangibilidade do poder. E não é difícil em tempos de crise propagar estas epidemias, mas é perigoso. Porém, o medo ajuda, ajuda muito. Antes dizia-se que o anti-semitismo era o socialismo dos imbecis, agora os nossos governantes apostam numa fractura social que faz de cada uma das partes imbecis sociais, e que, pela sua linguagem, divisões, alvos, egoísmos, servem de rebanho aos pastores deste “PREC”. (…)
Os maus costumes duma sociedade em crise, permeável a partir de cima pelos miasmas que dividem e pelo medo, estão a fazer um Portugal pior, muito pior. A mentira tornou-se uma prática quotidiana da governação. Foi-o já em doses exponenciais no Governo socrático , continua no governo passista-relvista. Todos os dias há uma nova tentativa de engano, uma manipulação, uma inquinação do espaço público, uma espertice qualquer vinda de um gabinete ou uma agência, canhestras muitas vezes, mas sempre destinadas a enganar-nos. (…)
 
A morte da “classe média”, de que CDS e PSD eram no passado os grandes arautos, é a receita melhor para destruir qualquer dinamismo, retirar à sociedade qualquer potencial de crescimento. Podem fazer mil programas de televisão sobre “pensamento positivo”, sobre o “Portugal melhor”, premiar em cerimónias televisivas os jovens “empreendedores”, “inovadores”, “inventivos”, que estão apenas a alimentar a ilusão de que qualquer dessas qualidades pode sobreviver numa sociedade que está a ser construída para que eles emigrem se querem ter sucesso, ou vão à falência deibaixo do jugo dos impostos e da crise. (…)
 
Parece maniqueísmo? Antes fosse. Mas a responsabilidade é nossa. Edmund Burke escreveu-o: «Tudo o que é necessário para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada». (…)


José Pacheco Pereira, na sua crónica de sábado no “Público”.

...e eu estremeço de medo e até algum terror ao lembrar-me de como me tocou o romance do argentino Adolfo Bioy Casares, "Diário da guerra aos porcos". li-o em 2006 ou 2007, antes da 'bomba atómica' e estas sequelas, e pensei: «nã... isto é impossível!» hoje? não sei. não sei se não o viverei daqui a uns anos, não em extremos romanceados como no que aludi mas temo uma nova espécie de "guerra civil", ainda mais diabólica que a-própria: a inter-geracional. que já aflora, já aflige. e está a ser alimentada e potenciada por quem 'devia zelar' para evitar esse tipo de rupturas: o nosso Governo, um qualquer governo

sábado, 12 de janeiro de 2013

boas novas! o Paraíso porta-a-porta!



uma destas manhãs bateram-me à porta dois que conheço de ginjeira - isto é uma aldeia, "testemunhas de Jeová". acontece que a minha mãe é desse clube e reconheceram-me logo. olá, como vai a srª sua mãe, e o sr. vai melhor, blá blá deles, eu em pijama e roupão, monossílabos e despenteado. e lá se descoseram, entendendo-me um folhetozito que ainda vi ser todo colorido: «o paraíso.... tome e leia... o paraíso!...». duvido que cá voltem antes do rei fazer anos.

AO'90: senso, por favor


 
«(...) Só que os portugueses, quando não conseguem pagar as contas, pensam imediatamente em conquistar um império, de preferência o império que perderam. E, como são modestos, pensaram logo no Brasil. O nosso alto comando congeminou logo uma estratégia irresistível: importar para Portugal a ortografia brasileira. No momento em que os portugueses escrevessem (o pouco e mal que escrevem) sem consoantes mudas, o Brasil não podia deixar de se render, com uma saudade arrependida e desculpas rasteiras. Mas, como a humanidade é má, em particular no hemisfério sul, o Brasil terminantemente recusou o nosso audacioso "acordo ortográfico" e deixou Portugal sem consoantes mudas, pendurado numa fantasia ridícula e sem a menor ideia de como vai sair deste sarilho: um estado, de resto, habitual.»

Vasco Pulido Valente, na crónica de ontem no "Público"

time lights


vivo em toda a cidade. corro-a na minha motorizada, cabelo ao vento e peito à mostra, armado em galito. olhando para depois recordar. agora. lambo o tempo, salivo-me das memórias de mim iludindo-me: não era eu, era o cenário.

e depois crescemos e estamos aqui. não é mau. para quando o for-for, ah!, aí tenho o trinado rouco e sacana da viola que ganhei este Natal.

canetas fugitivas

 
a Porto Editora continua a florir o seu portfólio de autores, pescando à grande no da LeYa.

que se passa, Paes do Amaral? dificuldades em manter um império para além dos 'vende muito-muito' e dum prémio milionário, afinal? não chega, não chega... só isso não faz o nome duma casa dessas.

viva o futebol


no jornal leio que o falido Sporting Clube de Portugal negoceia a sua dívida à Banca a prazo a perder de vista, com uma taxa de juro de 1%. e um simpático 'haircut', ainda por cima.

não é do mesmo jornal, pois de tanto vir neles já é sabido, a nossa colectiva e falida República Portuguesa aspira a regressar aos "mercados" ainda este ano por já olhar os juros de 7% que lhe são pedidos como 'aceitáveis', mesmo assim mais do dobro daqueles que a Troika nos cobra na ajuda que deu e de que padecemos.

viva o futebol. mude-se a Constituição. acabe-se com as mariquices modernaças e Mourinho à Presidência, CR7 a um ministério qualquer, já (nem que tenhamos de levar com as manas em secretarias de Estado). admira cada vez menos que esta porcaria esteja como está

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

a boa flexibilidade: flic-flacs à vista





 
«Como te sentes, Carlos?» perguntou-me o facebook.

e eu respondi: a suspirar de prazer ao ler isto. porque o contrário seria como um harakiri. o bom senso exige que para já se pare o processo para poder repensá-lo sem pressões de timings políticos, com a razoabilidade que esteve ausente. e, já agora, extirpado das posturas 'mete nojo' do políticamente correcto que tanta gente com responsabilidades no uso da caneta logo usou numa pingante salivagem quando as campainhas soaram e as bandeiras da modernidade revolucionária foram alçadas, conspurcando aquele que devia ser o seu amor máximo: a boa escrita. há razões para ter esperança em como irá deixar de metê-lo, e até desculparei e nada comentarei acerca do novo flic-flac. atrás, a boa flexibilidade

«não foi convenientemente resolvido e encontra-se longe de estar esclarecido». bem dito!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Eu, o Povo

(letra de "Mutimati Barnabé João"/ música de José Afonso e Fausto)


Eu, o Povo
Conheço a força da terra que rebenta a granada do grão
Fiz desta força um amigo fiel

O vento sopra com força
A água corre com força
O fogo arde com força

Nos meus braços que vão crescer vou estender panos de vela
Para agarrar o vento e levar a força do vento à produção
As minhas mãos vão crescer até fazerem pás de roda
Para agarrar a força da água e pô-la na produção
Os meus pulmões vão crescer soprando na forja do coração
Para agarrar a força do fogo na produção

Eu, o Povo
Vou aprender a lutar ao lado da Natureza
Vou ser camarada de armos dos quatro elementos

A táctica colonialista é deixar o Povo ao natural
Fazendo do Povo um inimigo da Natureza

Eu, o Povo Moçambicano
Vou conhecer as minhas grandes forças todas

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Frankie goes to Hollywood! :-))



Dias Ferreira no programa "O Dia Seguinte", na SIC Notícias:

«não sei porque é este drama todo. afinal Vercauteren é o primeiro treinador despedido no Sporting este ano»

isso! muitas vezes rirmos de nós próprios é a única solução saudável ;-)


"I have a dream..."

the first one...
 
and other dream...
 
and more one...

don't forget...
 
for the city...
 
to go see the chickens and kitties...
 
for take the views...
 
to die of pleasure ...
 
to go shooping...
 
for play the guitar...
 
and just because :-)






sábado, 5 de janeiro de 2013

sol


 
tem estado uma tarde maravilhosa. um sol tão bom, tão presente num tempo que habitualmente o desconhece, que torna-se difícil fugir de encará-lo nem que o franzir contínuo vá provocar mais umas gramas de peso nas rugas que ainda falta virem. que se lixe

estive numa esplanada de que sou assíduo nas noites de Verão, tentei concentrar-me em jornais mas o desperdício era tão evidente que estão ali ao lado, num molhinho ainda tão pouco desarrumado: o sol, e depois apareceu o Carapinha. sem nenhuma guerra em horizontes perto ou longe, cachimbos de paz. um passeio pelo parque da Zona Norte, deixando os passos vaguearem pela relva e por todas as conversas e mais uma, que isto de com tanto sol amigos que raramente se vêm e com passados comuns que remontam à adolescência se apanharem juntos dá pano para mangas que nunca mais acabam.

depois vim aqui. adictus, está certo. mas meio adictus, que ainda me lembro de muita coisa e todas passadas lá fora. rufo de tambor. ou um riso sacana e o «smoke on the water, fire in the sky»


(a foto - que não é minha: veio daqui - é do tal Parque da Zona Norte. imaginem-no esta tarde...)

"Internet adictus"





repescado dum comentário no Facebook:

(eu:)
«se me aceita uma opinião, "lá fora" não é diferente. afinal 'estes' somos os mesmos de "lá fora". e provavelmente aqui até mais abertos, menos panos e menos máscaras... existem? sim. muitas vezes até por receio e não por má-fé. porém mais cedo que se crê fica tudo visível: a escrita não mente, eu acredito nisso»

não tanto tanto, mas muito. é igual a "lá fora", com uma adaptação que vai acontecendo. e fica um bairro

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

cócegas



"a língua faz cócegas" é um bom título. chama os olhos, e fica tudo a pensar que é mais do que está lá. títulos.
e - mais longe - porquê agora isto? porque estava a pensar que a língua faz cócegas, mais, que isso faz rir muito, mais, que rir é preciso. aterro na parte do suspiro. as cócegas do suspiro são outras. saem em silvo lento pelos lábios, e, mesmo quem não ouça, ao vê-los ouve-o.
cócega do caraças. a cabrona da língua faz mesmo cócegas: deixa-a pousar na coxa e até choras ao pensar em como estás vivo