quarta-feira, 28 de setembro de 2011

27 de Setembro, 28 de Setembro







"é tão difícil encontrar pessoas assim bonitas; é tão difícil encontrar pessoas assim pessoas"

terça-feira, 27 de setembro de 2011

previsão metereológica




os sóis do Toutatis irão estar especialmente luminosos nos próximos dias. como hoje não irradiou um foco especial sobre ninguém, na sexta-feira o projector terá uma voltagem total de 48.000.000 €.
mas, saia ou não saia, na terça-feira seguinte - de hoje a uma semana - dá-lhe a louca e põe o ponteiro nuns estratosféricos 100 milhões: trata-se dum dos sorteios de prémio especial. abençoadas insolações!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"O Amor e o Facebook"


os semanários não se lêm: vão-se lendo. então se se tratar do gordo Expresso a coisa arrasta-se por todo o fds. isto para dizer que só ontem de manhã peguei na revista Única, e além das receitas do Jamie Oliver - aquela 'pasta', huummm... - dei com a entrevista da psicóloga Cláudia Morais, que li letrinha a letrinha. como não com um título destes? "Não foi a infidelidade que cresceu com o Facebook, mas sim a oportunidade".

ok, tá lido. e matutado. e, finalmente, isto ainda para dizer que a srª publicou o livrinho de que vos trago a capa, e que talvez, talvez, seja uma leitura interessante. talvez.

a arte da corte em boa sela




eu gostava dum dia fazer uma cena assim.

provavelmente fá-la-ei com um livrito, um magnífico bibelôt comprado no chinês, ou com um quilo de mangas daquelas com cheirinho. mas gostava de oferecer um Ferrari ao meu amor. mas não um qualquer, igual a dúzias e dúzias que amantes esparvoados oferecem constantemente (suponho) a loiras cheias de triques e óptimos airbags. nada. um exclusivo. como este.

'este', é um modelo de exemplar único. uma prenda mais exclusiva que um grosso cachucho de meia centena de quilates para enfiar no dedo. talvez até melhor que convidá-la a partilhar um Happy Meal numas dunas às duas da manhã. este é o Ferrari de design exclusivo que Roberto Rosselini encomendou para oferecer ao seu amor, Ingrid Bergman. a loiríssima Ingrid e o galã italiano, ambos em toda a pompa das pompas.

vá, cliquem nas fotos para apreciá-lo melhor. babem-se - sejam vocês, amigos, 'loiras' ou 'galãs'. imaginem-se por momentos nestes papéis. com o Ferrari de bocarra/grelha aberta, a sorrir.

a sorrir :-)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

as Covilhãs



terminei à minutos a jóia do retrato.

como dizê-lo? que me perturbou pelo retrato duma sociedade que já não é a nossa (mas foi), hierarquicamente masculinizada e onde a mulher 'rebelde' podia ser apodada de louca se se recusasse a cumprir subalternizações ancestrais? a ser ela própria, assim fugindo a cumprir um destino de gerações de submissão, mas expondo a sua fragilidade individual nessa luta, "a louca"? nasci em '55 e venho da Covilhã, e na terra onde cresci a "Covilhã local" era escurinha mas estava viva quer na cidade quer no mato. aos 56 digo que vi "muito mundo" e nem todo foi agradável e educativo.

assim fico-me em que a sedução por este, esta jóia, aconteceu por estar maravilhosamente bem escrito.

"Ema", de Maria Teresa Horta, Edições Rolim, 1984

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

a alma lusa




sentado na esplanada acabei de assistir:

cabelo já branco, vem sozinho, estaciona debaixo da placa de paragem proibida, sai, olha em volta e tranca o carro, e entra num gabinete médico mesmo em frente de onde parara. isto a 10 metros à minha frente. eu, olhando para o meu lado esqº vejo um espaço entre dois carros (bem) estacionados onde quase cabe um autocarro. uns minutos depois sai com uns papéis na mão e repete o ritual: olha em volta, destranca, entra e lá vai ele.

matrícula amarela, francesa. não que os bimbos cá residentes não façam igual ou mesmo pior. a minha dúvida incide sobre o que se passará naquele cerebrozinho quando cruza a fronteira nacional. é que se estas são das famosas raízes culturais de que os emigrantes tanta saudade sentem... não completo a frase. até pela parte de não se esquecer de trancar o carro, em simbiose perfeita com a sua consciência cívica.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ai!


boa tarde.

(em computador 'emprestado', mais lento e maniento que eu serei daqui a dez anos. imaginem!)

esta manhã meti-me no bricolage. comprei dois interruptores todos janotas e fatelas no chinês, fui buscar uma das minhas fabulosas caixas de ferramenta e pus-me a mudar os da cozinha e do corredor que, coitados (e eu, ai!), já eram mote para anedotas de mau tom cá na casa. isto está a correr mal.

na cozinha, o dito tem os intestinos à mostra e não há modo de conseguir fixá-lo ao púdico buraco na parede. (também não trabalha, mas isso até já é secundário pois o fogão e o frigorífico parecem estar saudáveis... ai!). o do corredor está quase na mesma, mas melhor: tripinha à mostra, mas... trabalha! aleluia! (hum. tenho uma bandeira!)

as más notícias vêm mais para o fundo do corredor: do quarto onde tenho o pc vem uma chiadela impossível de aturar, e o que seria o potencial causador da dita, o computador, está mudo e quêdo, não acende nem trabalha, morreu (ai!). não consigo descobrir o que é que está por lá a queixar-se - a luz trabalha!, e fechei a porta à chave. isto está a correr muito mal!

não sei como será a minha vida como "pater familias" digno, responsável e admirado, quando a prole e a cuja derem com os olhos e os ouvidos nisto tudo (ai!). isto está a correr mesmo muito mal, e temo, temo, até pelo meu presente virtual. o futuro? outra incógnita tão temível quanto os buracos das contas públicas que ainda estão por encontrar.

consolo? 'isto' terminado - a fase-bricolage caseira e a lavagem e secagem das nódoas da República - e fica tudo um mimo: a casa, pronta a vender ao primeiro papalvo endinheirado que aparecer; o paízinho, composto, bonitinho, e tão útil e vivo como um manequim duma montra bem composta, que arregala os olhos a quem olha, olha, e sonha um dia ser rico, rico, elegante e bonito e capaz de usar aquilo que a cabrona da realidade lhe diz que está tão longe como o além do vidro que separa a calçada da nossa rua da fôfa alcatifa de nuvens onde mora o mundo dos sonhos, eu, artista do alicate e do papel de engomar.

ai!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

"verrückt"


ao princípio achava piada ao nosso Marcel Marceau que está no lugar do ministro das Finanças, e acreditava que ainda apanharia barrigadas de riso com o Álvaro das Económicas. hoje não. tenho medo deles. mesmo a auréola simpática de ambos terem uma fotogénica cara de malucos esvaiu-se, quando percebi que além do parecerem também o eram. de cada vez que vão à TV vem bordoada. rimas de bordoadas, já dói, e, rir, puto. nem eles nem eu, embora o Álvaro faça uns esgares.

este mês, Setembro, vai ser do caraças. segundo a Agenda, é o de anunciar (mais) 80 medidas de rigor e poupança. e de aumentos. em Junho foram 13, em Julho 11 e em Agosto 3. para Outubro e Novembro serão 8, a meias, e para o final do ano vem outro comboio delas (84). isto a Agenda negociada, duríssima, e que mesmo assim só com a ajuda de Toutatis, Thor, Odin e os restantes colegas deuses teutónicos, cuja nomenclatura desconheço, nos salvará.

e agora leio isto... afinal 2012 não será o ano de "só" apertar mais uns furos ao cinto, mercê dos 'castigos' pré-anunciados e das penitências decretadas, e rezar por chegarmos ao seu fim famélicos mas vivos, mas outro para temer a cara dos dois estarolas na TV. salvo seja, e com o maior respeito e um desgosto que não é menor, agora é que acho que estamos mesmo eurofodidos.

domingo, 11 de setembro de 2011

marulhar




repenso os dias, mexo-lhes e ouço estalinhos como num pé torcido. o azul e o verde das marés lesionam no vai-e-vem, e é bem-vinda uma ligadura que aperte e me bóie, m'emerja do pé-coxinho de sentar na areia a olhar horizontes, ora tão próximos que m'afogam em ilusões, ora tão distantes que à borbulha das ondas junto os íntimos salpicos que se escrevem saudade.

memórias, esse caderno diário escrito com tinta secreta e que a pátine da vida descobre, às vezes terna e complacente, outras tão cruel. memórias, e se deste momento yin-yang amanhã não disser que atirei a minha garrafa à água por ser exagero - e a exposição pública não é um Vidrão, ao menos que dele me lembre e diga qu'o que escrevi fi-lo em cortiça, é uma rolha que soltei, pois tudo que de mim sinta e bóie faz flop! e está escrito o melhor que sei, e é tão mensagem como outro silêncio qualquer.

de todas, recupero a imagem do pé-coxinho. de todos, detesto-me primeiro a mim. homem, português, cinquenta e seis anos, duas mulheres e três filhos, e vários amores. assim m'escondi o mais que pude, NIF, NIB e Cartão de Cidadão, mas se repenso os dias ouço estalinhos como num pé torcido, e duvido (duvido mesmo!) que nesta areia onde me sento e tanto olho veja de novo os caranguejos, pequeninos, a fugirem para as covinhas desenhando-me rastos importantes, tanto que os acredito hoje, cá dentro, escrevendo as linhas antigas. mas é o que sobrou. de mim? estalinhos.


(a foto foi gamada aqui.
thanks!)