sábado, 18 de maio de 2013

paternidade

filhota linda ♥

há 32 anos atrás - já tantos?... mas ainda foi ontem... -, no velho hospital de Santarém, ofereceste-me a melhor das sensações, aquela que pouco escondidamente suspirava desde o adolescente que se sonha homem 'grande' e realizado: ser Pai. nesse instante senti que me tornei finalmente o tal 'grande e realizado' ambicionados! sim, se ele se repetiu - bi-repetiu-se!... -, tu és a primogénita, filhota linda, és o tal momento mágico em que se sente que a nossa identidade mudou além do visível, que se ingressou no clã mais ambicionado. olhar-te, tão pequenina, linda, - e minha! a minha filha! -, depois pegar-te, sentir-te, sentir-te o cheiro bebé, essa delícia, deixar os teus dedinhos enrolarem-se num meu, aninhar-te, enorme, no meu peito e no meu coração que se tornaram naquele momento também eles diferentes, pequeninos, ambos tão pequeninos para albergar esse momento, o meu amor, a minha filha, esse momento fez-me além da paternidade novata, fez-me um outro sonhador. agora, com “mais matéria” para fantasiar grandezas e pompas, e o eu que vive em momentos oníricos que só se contam a quem sabe o valor das nuvens e do sorrir que elas invocam cedeu orgulhosamente lugar à nova realidade que, nos meus braços, suplantava desejos e ambições pessoais. e, olhando-te, perdidamente apaixonado pela bonequinha linda que desajeitadamente segurava, num misto de medo e firmeza de quem sente e sabe, naquele ápice em que o milagre da vida te fez surgir nos meus braços, que nada no mundo é mais precioso. esse momento, e repito-o chamando-o de mágico sem me cansar ou recear cometer por tal abuso de excesso, os teus primeiros minutos de vida, deram-me além dum delicioso novo parentesco a noção sentida e vivida de que o amor é uma nuvem da qual nunca conhecemos todas as formas enquanto não se sente a ternura por um choro aninhado contra o nosso peito, o sorriso mais lindo, o desejo de que nada perturbe o soninho que aconchegamos contra nós. o mundo mudou.


não só por este momento – felizmente a vida tem sido rica no multiplicar de alegrias -, mas especialmente por ele, obrigado meu amor. minha filhota Filipa, “Pipinha”, meu amor. deste-me uma nova identidade, um novo estatuto, de que desconfio nem sempre ter estado à altura, como soe dizer-se. erros meus, carências minhas. mas nunca duvides do meu amor, que aquela chama nova que senti ao final da tarde de 18 de Maio de 1981 ainda cá arde, e felizmente aquece tanto! amo-te ♥


domingo, 12 de maio de 2013

lidos

"A batalha de Dunkerque", Richard Collier
"Furioso", Voldemar Lestienne
"Israel - 6 dias de guerra", William Stevenson
"A criança no tempo", Ian McEwan
"As leis do caos", Gastão Cruz
"Triplo", Ken Follett