terminei à minutos a jóia do retrato.
como dizê-lo? que me perturbou pelo retrato duma sociedade que já não é a nossa (mas foi), hierarquicamente masculinizada e onde a mulher 'rebelde' podia ser apodada de louca se se recusasse a cumprir subalternizações ancestrais? a ser ela própria, assim fugindo a cumprir um destino de gerações de submissão, mas expondo a sua fragilidade individual nessa luta, "a louca"? nasci em '55 e venho da Covilhã, e na terra onde cresci a "Covilhã local" era escurinha mas estava viva quer na cidade quer no mato. aos 56 digo que vi "muito mundo" e nem todo foi agradável e educativo.
assim fico-me em que a sedução por este, esta jóia, aconteceu por estar maravilhosamente bem escrito.
"Ema", de Maria Teresa Horta, Edições Rolim, 1984
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