A bloga morna, valha a reivindicação duma bandeira e a ousadia. As ruas lentas, pastosas no sumiço das latas nossos amores. O calor da cidade, insuportável, tanto o é que nem haver lugares para estacionar refresca e dessaliniza o corpo. Pastoso, Agosto pastoso. Como será nas praias e nas aldeias, aquelas afogueadas com a migração do estio, estas rotundas nas micro multidões que procuram no ar verde o canto dos seus silêncios? Até os poetas se silenciam quando Agosto vem, que a cidade falece neste cozer lento, lento, agostino, tempo de bué de lugares de estacionamento, tempo de bué de silêncios, tempo de olhares lentos, de leituras prometidas, de gelados enganadores. Tempo, tempo de Agosto, mês e vez sem fuga. Sem fuga, pese o longo vazio nas ruas e as janelas fechadas: o céu está brilhante mas a vida desmaia-se com o calor. Sem tons, sem sons, sem a cor da alegria, o vozear da vida. Não, não vale: este calor não é bom, desidrata a cidade e o viver. Agosto: vai-te que quero regressar-me, quero a cidade como era, a bloga como antes, o corpo sem esta febre que nem as sombras acalmam, a cerveja ameniza ou o pastoso silêncio esconde. Quero o fim do tempo falso, praias e aldeias postiças, férias de Nós. Quero o regresso, as multidões e o seu calor tão diferente deste, opressor. Agosto: vai-te, por favor.
(imagem gamada aqui.)
3 comentários:
Pois,pois.
Subscrevo ;)
Um beijo, meu amigo.
A.P. e Frankie: este calor é do piorio. não há pachorra! :-(
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