tudo tão tudo e tão irreal como se um nada:
por que é que não me chega o que tenho? por que é que sonho
o que nunca alcanço, e por que é que não morro e assim
terminava?
eu sei. a esta eu sei responder: porque aprendi
(ainda muito novo) que é mais sedutor o que se imaginou
qu’aquilo que nos é afável, e existe.
esta tragédia calhou nas laudas do Monte Cristo, nos mistérios
do Mandrake e do Garra de Aço, no Peninha e nas suas tolices:
em demãos contínuas foram eles os pedagogos que me arruinaram.
depois deles? não abono o que me cinge
e vivo a veracidade das nuvens como se só ela fosse “a” vida.
ou seja: tudo (tudo) me angustia
e talvez tivesse sido mais-valia nunca ter ido
além da última folha do sonho e da revista.
mas fui, e agora não saio disto: eu quero uma ilha.
preciso dela! onde o que se leia sejam folhas das árvores,
a areia e o mar. o céu? não o olharei, pois sei
que a realidade está invertida e é lá que ela existe,
e ela não é bela, é assim, sabem? assim
a modos que triste.
a modos que triste.
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