quinta-feira, 12 de abril de 2012

bestialidade

acho que todos conhecemos a anedota onde a galinha, quiduxa, vai debicando e bamboleando, para cá, para lá, para cá e, senhor dr. juiz, eu não tive culpa foi ela que me provocou. ou piadas um bocadito brejeiras que metam ovelhas. sorrimos com a paródia à bestialidade como podemos sorrir com uma anedota racista sem isso significar que o somos: um mundo cheio de proibições irrita de tão fascista que é essa mania de nos proibir o exercício à gargalhada parva.

já não achamos tanta piada ao beirão que há uns poucos anos atrás aviava todos os animais da aldeia, da galinha à égua tudo marchava até que alguém lá da aldeia o marchou a ele. existe uma diferença: não é uma anedota mas sim um caso real. um violador de animais, um tarado, que veio a ser assassinado por alguém cujos escrúpulos morais eram tão poucos que facilmente optou pela única solução que não deveria existir: matá-lo, porque lhe enrabou as galinhas, as ovelhas e a égua.

tudo isto me veio à cabeça conforme me horrorizava com o que lia nesta crónica de Tiago Mesquita: algures neste mundo, onde embora nos matemos uns aos outros por questões sempre importantes mas que espremidas não valem a bala, onde exercemos com a noção de estar a fazer o correcto a defesa de espécies em extinção, e duma correcta forma geral a defesa dos direitos dos animais, eles "usam-se" em bordéis, e utilizam-se lascivamente porque a velha lei da oferta e da procura o explica. e eu nem sei se me hei-de horrorizar mais com quem obriga os animais a um cativeiro tão porco, se com os homens que se entesam e têm prazer ao violar orangotangos.

isto não é uma anedota, e mete-me medo esta gente.

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