terça-feira, 30 de agosto de 2011

Anéis



…e se me saísse um Toutatis, magrinho que fosse mas que iluminasse os sonhos, esses impossíveis…

Correr a Europa numa auto-caravana, encaixado num Circo. Não um mega circo. Um modesto, mas tinha de ter feras para ouvi-las durante a noite e amedrontar-me na ilusão. Gostava de fazer isso. Como não sei fazer nada que lhes fosse mais útil, além de pagar uma taxa de presença podia vender os bilhetes e depois as pipocas durante o espectáculo. Um ou dois anos disto, correr a França e a Espanha sem nunca pôr os pés em Paris, Lyon ou Barcelona: os circos não usam auto-estradas, que há tanto país qu’elas escondem e (é esse que) quero viver.

Depois vendia a auto-caravana, fazia um curso de viola e comprava uma. De seis cordas, nada de complicações. E conseguir enganar alguém a aceitar-me num pub. Tocava o “Smoke on the water”, ainda me lembro do refrão e ia correr bem: (dessa) lembro o fundamental. Mais uma dezena, das bonitas. Uma hora à noite, talvez às onze. Depois, a boina cheia para me encher as noites no sótão onde moraria (não longe). E durava o que durasse mas no reportório mantinha o “Smoke on the water” (ela vem do meu sempre).

Dar uso às mãos. Saber fazer, ‘criar’ com elas. Não estas confidências cheias de linhas tortas, não um pincel quase daltónico, não (mais) o aperto de mão à ilusão: criar. Usar os dedos para me alimentar do que me falta, anéis que me orgulharia olhar.

São fronteiras por atravessar. Nalgumas (todas?), noto um olhar nostálgico do vivido incipientemente (que palavra) e não terminado. (alguma vez terminará?) Nem esquecido. Sempre o caminho na borda da multidão, que a solidão absoluta é mais pesada qu’este toca-e-foge. Sempre (sempre foi assim) e não me rala se me dizem que adolesço.

…e, no fim, naquele agora em que o espelho confirmará a angústia do ralo da banheira (eu, já em prenúncio de calvo), guardava a boina, abria uma livraria de bairro e uma nova conta no Facebook onde contaria tudo isto tim-tim por tim-tim, exultando com os Likes ao passado, então sim, (eu) completo.

Gostava de fazer isto tudo. (quem quer) Ser milionário? :-)

9 comentários:

miguel disse...

texto lixado de bom. abraço

Carlos Gil disse...

grande abraço, Miguel :-)

Anónimo disse...

Só tu... ;-)
Abraço
F

Anónimo disse...

Ora aí está um programa que não me importaria de partilhar, se fosse mais nova...venderia eu os bilhetes, tenho a prática, fechada a bilheteira dava uma ajuda nos camarins...th

Alien8 disse...

Vamos nisso! (Guitarra já eu arranho...)
Abraço.
Mário Domingos, aqui conhecido por Alien8

Anónimo disse...

era tão bom! ... eu ia pela costa a fazer fotografias, e à noite fazia de homem estátua, sempre cansa menos, podia tocar harmónica nesse bar, onde caridosamente me deixassem levantar os copos, ou então passava a boina e cobrava-te 10% :)
boa sorte companheiro

Carlos Gil disse...

vamos arranjar um machimbombo, daqueles de 2 andares, e toca a abalar por aí! :-)))

Naíla disse...

P-O-R-R-E-T-A!

Anónimo disse...

Vas y!!!