Não sei porque regressei. Talvez porque, ao ser picado, a vaidade tenha primeiro enrubescido e depois ganho ascendente, e no impulso abri a janela. Ou a necessidade de construir mais que segredos, construir tempo e respirar. A vida nunca é vazia, e tanta vez o doceiro é abstémio das suas criações que se satura, ele é espírito mas é papilas e a dose de condimentos passa a marca quando a receita perde a magia e perde-se na montra das tentações, sem o brilho, o desenho e o gosto que a fariam única. Não são vazias as artes de adoçar ou escrevê-lo, não é vazia a vida de quem cria para os outros. Mas não tenho tempo e não sei compor receitas: corro sem tabelas, regras, manuais. E regressei, doente de faminto e enjoado, vim para casa contá-lo.
Sem humor, sem palato. Ardor. Ácido. Adoça-o o carinho que não nos abandona quanto àquilo que é nosso, criamos, erguemos, o olhar a tentar - a procurar? - a benevolência quanto aos erros, os maus humores, os excessos de mel ou de ocre, a razia do que era bom e, porque não alcunhá-lo, foi belo. Um blogue, e tanta vez o li e senti!..., é realmente um espelho e até na insinceridade o é quando ela espreita. Eu sou belo, há momentos em que sou belo mas escondi-o, amarfanhei-o, sei lá se por mau desvio se por bom pudor. Fi-lo. É-se olhado pelos actos mais que pelas intenções. Um mês não me chegou e não sei se resiste algum tempo, tempo-tempo, que recupere, afaste a névoa e rebente a crosta absurda, má, infantilmente má que sem ética e é suposto a consciência sedimentá-la com o crescer e o correr. Escondi-me nesse não, nesse recusar da medida adulta, e nesse jogo infantil afundei muito mais que um blogue.
Blogar é isto. É é. Voltar a olhar-se sem medos, inibições, falar fazendo pé raso da imagem turva final. Acreditar e acreditarmo-nos. Há consequências e é tão difícil reclamar que além dos actos há as intenções, uma paridade de julgamento, uma mão que alguém erga para afastar o embaciado, e a imagem original regressar. Que ela existe, escondi-a e é ela a autêntica (sou belo.) O tempo longo onde me fugiu o reflexo, a maturidade e a adolescência e a infância, a minha expressão.
Por hoje chega. Continuo sem descobrir porque regressei.
Sem humor, sem palato. Ardor. Ácido. Adoça-o o carinho que não nos abandona quanto àquilo que é nosso, criamos, erguemos, o olhar a tentar - a procurar? - a benevolência quanto aos erros, os maus humores, os excessos de mel ou de ocre, a razia do que era bom e, porque não alcunhá-lo, foi belo. Um blogue, e tanta vez o li e senti!..., é realmente um espelho e até na insinceridade o é quando ela espreita. Eu sou belo, há momentos em que sou belo mas escondi-o, amarfanhei-o, sei lá se por mau desvio se por bom pudor. Fi-lo. É-se olhado pelos actos mais que pelas intenções. Um mês não me chegou e não sei se resiste algum tempo, tempo-tempo, que recupere, afaste a névoa e rebente a crosta absurda, má, infantilmente má que sem ética e é suposto a consciência sedimentá-la com o crescer e o correr. Escondi-me nesse não, nesse recusar da medida adulta, e nesse jogo infantil afundei muito mais que um blogue.
Blogar é isto. É é. Voltar a olhar-se sem medos, inibições, falar fazendo pé raso da imagem turva final. Acreditar e acreditarmo-nos. Há consequências e é tão difícil reclamar que além dos actos há as intenções, uma paridade de julgamento, uma mão que alguém erga para afastar o embaciado, e a imagem original regressar. Que ela existe, escondi-a e é ela a autêntica (sou belo.) O tempo longo onde me fugiu o reflexo, a maturidade e a adolescência e a infância, a minha expressão.
Por hoje chega. Continuo sem descobrir porque regressei.
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