domingo, 3 de fevereiro de 2013

o Mate de Légal, e 'os xadrezes' no Largo do Rato



 
desde miúdo que jogo xadrez. uma das primeiras "jogadas giras" que aprendi é o Mate de Légal, que basicamente consiste em, nas primeiras cinco jogadas (ou quatro, se se jogar com as pretas), ainda os miolos mal aqueceram e os cavalos não escouceiam, em hábil descuido deixar a nossa rainha desprotegida à troca por um bispo, uma peça de valor bem menor. 

quem não conheça a jogada não resiste a troca tão suculenta. a partir daí, e em meras 3 jogadas e sem possibilidades de defesa, o conjunto de dois cavalos e um bispo (ou dois bispos e um cavalo) dá xeque-mate ao adversário. oferece-se à gula a peça maior, em momento aparentemente ainda incipiente do jogo em que as peças de ambos os lados normalmente só pretendem ganhar posições no centro do tabuleiro, e a partir daí são favas contadas. não é só nos livros que acontece: já conheci este gozo.

há três dias que ouço e leio zurzirem em Antº Costa. eu cá, modesto player mas também velha rata de jogos de mesa, desconfiaria. corrijo: desconfio. e por interesse próprio: é que não me conformo em nas próximas Legislativas escolher entre ficar em casa ou votar em AJ Seguro para qualquer cargo superior a deputado ou chefe-de-sala no Tavares. até que, olhado assim a frio, nem há que muito que hesitar: uma tarde de domingo a ler sempre foi uma muito boa alternativa a uma muito provável úlcera nervosa.

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