Mister Ed, junto com Lassie e Bonanza são as minhas memórias mais
antigas de TV. na Covilhã, antes de emigrarmos para Moçambique e na casa
duma vizinha que já possuía um aparelho, o que não era vulgar à época -
inícios dos anos 60's.
depois estive 13 ou 14 anos sem tv - em Moçambique não existia - até "retornar" a Portugal aquando da grande cheia subsequente à descolonização. ainda era a preto e branco: 1976. recordo A Visita da Cornélia. Gabriela, cravo e canela. os debates políticos. o Telejornal, essa versão diária das notícias 'vistas', de que só conhecia o "Assim vai o mundo", passado nos cinemas antes do 1º intervalo. e pondo-me a pensar não encontro mais nada que recorde como interessante da TV nessa época...
hoje a TV é uma overdose: ali, na sala ao lado, "estão" cento e tal canais. e se a quantidade permite garimpar até encontrar, a verdade é que cansa, aborrece, faz-nos perder tempos e tempos em consumos que, penso, daqui a vinte anos provavelmente ver-me-ei aflito para nomeá-los. talvez o House. ou a curiosidade e o agrado com o conceito de quando a CNN apareceu. estou aqui a dar voltas à cabeça e não consigo citar mais nenhuns programas, sejam de que tipo forem, que me possam sobreviver a décadas na memória como valiosos, tipo «esse, felizmente».
é uma boa bulimia. pena é que para nos alimentarmos do essencial se tenha de comer industrialmente, forçando-nos a alijar quase tudo o que entra, por impróprio para conservação. e que fica? Mister Ed, a magia do cavalo que falava. Gabriela, o doce do primeiro snife com a droga diária. House, os fantasmas e as fantasias via retratos alheios. o resto? o tempo bolsa-o: pode comer-se por hábito próprio ou por hábitos tribais, mas não são proteínas: 'fast food'. algumas, quase lixo. lúdico, informativo. 'en passant' por nós: tocam mas não ficam.
abençoada bulimia, a do tempo. que mantém as estantes do museu da TV parcas e arejadas, para que se distinga bem o que valeu a pena conservar
depois estive 13 ou 14 anos sem tv - em Moçambique não existia - até "retornar" a Portugal aquando da grande cheia subsequente à descolonização. ainda era a preto e branco: 1976. recordo A Visita da Cornélia. Gabriela, cravo e canela. os debates políticos. o Telejornal, essa versão diária das notícias 'vistas', de que só conhecia o "Assim vai o mundo", passado nos cinemas antes do 1º intervalo. e pondo-me a pensar não encontro mais nada que recorde como interessante da TV nessa época...
hoje a TV é uma overdose: ali, na sala ao lado, "estão" cento e tal canais. e se a quantidade permite garimpar até encontrar, a verdade é que cansa, aborrece, faz-nos perder tempos e tempos em consumos que, penso, daqui a vinte anos provavelmente ver-me-ei aflito para nomeá-los. talvez o House. ou a curiosidade e o agrado com o conceito de quando a CNN apareceu. estou aqui a dar voltas à cabeça e não consigo citar mais nenhuns programas, sejam de que tipo forem, que me possam sobreviver a décadas na memória como valiosos, tipo «esse, felizmente».
é uma boa bulimia. pena é que para nos alimentarmos do essencial se tenha de comer industrialmente, forçando-nos a alijar quase tudo o que entra, por impróprio para conservação. e que fica? Mister Ed, a magia do cavalo que falava. Gabriela, o doce do primeiro snife com a droga diária. House, os fantasmas e as fantasias via retratos alheios. o resto? o tempo bolsa-o: pode comer-se por hábito próprio ou por hábitos tribais, mas não são proteínas: 'fast food'. algumas, quase lixo. lúdico, informativo. 'en passant' por nós: tocam mas não ficam.
abençoada bulimia, a do tempo. que mantém as estantes do museu da TV parcas e arejadas, para que se distinga bem o que valeu a pena conservar
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