no Facebook ponho esta foto, e comento: "o Grande Lapso: não ter aprendido a tocar viola. e tive uma..."
muito naturalmente dizem-me o óbvio: que estou muito a tempo. eu respondi que tergiversava. assim:
"...porém há momentos, propiciamentos, janelas que se deviam ter aberto numa altura que já não é esta. eu sei que me fixei nesta imagem mental da viola. quase diariamente passo pela montra duma loja de instrumentos musicais e invariavelmente ela está pejada delas, e invariavelmente quedo-me minutos e minutos a olhar longe, dedilhando histórias alternativas, sacando solos que não fiz. abuso destas simulações, eu sei. nada é assim. nada. mas naqueles minutos em que lá estou é. e nos longos (longos) que se passam depois, no palmilhar das ruas até à toca também é assim. nem vejo o hoje: sigo por rotina. envolo-me. subo além da vertigem, refaço caminhos e encontro uma mão perdida, que toco. que toco. como agora: estou aqui mas de facto estou à frente da montra, brigando no vazio dos passantes indiferentes pela minha primeira fila do silêncio, pelo apertar do braço e deixar os dedos tocarem as cordas, pressionando os pontos mágicos donde tudo sai, tudo soa. sabia fazer algumas notas. sabia tocar pedaços desta e daquela. o solo do Smoke on the Water - mas quem não, esse? sorrio. não sorrio quando penso que já naquele tempo - e naquela viola... - desejava saber era o Evil Ways. afinal sorri... :-) talvez, talvez... :-) ou pelo método infalível do profº Cebolo ou de ouvido e de cábula na mão. uma viola raramente são só folhas de balsa bem recortadas, polidas e coladas, e arames esticados de espessuras diferentes. há a decoração, o enfeite, e o sorriso. expliquei-me um bocadinho :-) uma viola tipo "ceci n'est pas une pipe" ;-))"
muito naturalmente dizem-me o óbvio: que estou muito a tempo. eu respondi que tergiversava. assim:
"...porém há momentos, propiciamentos, janelas que se deviam ter aberto numa altura que já não é esta. eu sei que me fixei nesta imagem mental da viola. quase diariamente passo pela montra duma loja de instrumentos musicais e invariavelmente ela está pejada delas, e invariavelmente quedo-me minutos e minutos a olhar longe, dedilhando histórias alternativas, sacando solos que não fiz. abuso destas simulações, eu sei. nada é assim. nada. mas naqueles minutos em que lá estou é. e nos longos (longos) que se passam depois, no palmilhar das ruas até à toca também é assim. nem vejo o hoje: sigo por rotina. envolo-me. subo além da vertigem, refaço caminhos e encontro uma mão perdida, que toco. que toco. como agora: estou aqui mas de facto estou à frente da montra, brigando no vazio dos passantes indiferentes pela minha primeira fila do silêncio, pelo apertar do braço e deixar os dedos tocarem as cordas, pressionando os pontos mágicos donde tudo sai, tudo soa. sabia fazer algumas notas. sabia tocar pedaços desta e daquela. o solo do Smoke on the Water - mas quem não, esse? sorrio. não sorrio quando penso que já naquele tempo - e naquela viola... - desejava saber era o Evil Ways. afinal sorri... :-) talvez, talvez... :-) ou pelo método infalível do profº Cebolo ou de ouvido e de cábula na mão. uma viola raramente são só folhas de balsa bem recortadas, polidas e coladas, e arames esticados de espessuras diferentes. há a decoração, o enfeite, e o sorriso. expliquei-me um bocadinho :-) uma viola tipo "ceci n'est pas une pipe" ;-))"
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