No serão antes dos pássaros chilrearem como agora fazem, chamando-me, chamando o primeiro café, o sol, as rotinas dos semanários - a minha "novela" privada - escrevi um pequeno texto num desafio pessoal que a Claire me fez, que ela para isso nem se roga nem é de modas: está-se nas tintas e a malta que se lixe ;)
Ora como soe dizer-se, acontece que a folhas tantas citei Enrique Vila-Matas em castelhano e ainda os pássaros dormiam quando o cantarolar do barcelonês que mais admiro me acordou. É que algures por aí abaixo está pespegada numa das paredes do tasco uma "cagança" que dá conta à clientela da minha etilização literária, execrável e fedorenta como as etilizações devem ser e com vómito tão vero que nem uma rodela de chouriço foi acrescentada ao bolçado: todos os resíduos boiantes foram expelidos por, antes, terem sido deglutidos.
Explico-me e traduzo, não haja pior fedor: no bolçado dou como já 'aviado' o livro "A assassina ilustrada" (edição da Campo das letras) e hoje-ontem, na tal lenga-lenga à volta do Desejo e mais umas coisinhas, abro lide em futebolês mas mal arregaço mangas salto para o castelhano e disse-me bem acompanhado quando me refugiei no café a dar conta do 'desafio': "La asesina ilustrada", o mesmíssimo mas noutro linguajar, em que até nem me sinto afoito a ponto de dispensar as traduções: mal me vejo com a minha quanto mais com a dos outros. Barthes explica essa parte, que eu não foi por isso que madruguei, os pássaros cantam, e não tarda abre o primeiro café no bairro e aí vou eu empanturrar-me de vazios, sempre à cata duma gargalhada que me assome o fim-de-semana (acontece).
Parafraseando-me, acontece que quando passei os dedos pela edição espanhola já a lusa regressara às estantes, paz à sua alma e siga para bingo que lá em baixo há mais toneladas por aviar que aquelas que conseguirei fazê-lo enquanto houver pássaros a acordarem-me. A sua capa dura não me enganou pois não justificava per si as diferenças de espessura entre uma e outra, ambas em formato "de bolso" e portanto ali havia estória: folheei. O desejo?
Vila-Matas escreve-se com maiúscula, é Literatura. "A assassina ilustrada", se não erro tão velhinho que dos anos setenta's, tem uma estrutura narrativa em que o Prólogo não é prólogo mas chamar-lhe-ei o primeiro capítulo do romance e nem ele nem a minha psiquiatra se zangará: a minha loucura não me cega, até porque uso óculos e se há coisa em que sou vezeiro é na "cagança" de ler, muito, de tudo, e raramente esquecer. Ora o acréscimo de peso e volume no original espanhol (edição de 2005, mas naquela editora: a primeira é do tempo em que Irving Wallace fazia fila e meia da minha estante) justificava-se por: a) um prólogo específico do Autor àquela ediçáo e por inerência à obra, o que me interessava tal qual tudo o que Vila-Matas escreve me interessa; e, b) um Epílogo por Jordi Llovet, seu companheiro dos tempos de Paris à pala da Duras (está no "Paris nunca se acaba", sortudos, todos), duas e já tantas para fazê-lo meu como fiz: eram Saldos, coisa sempre de garimpo fino e feliz.
E, - para terminar o "eu explico" e ir à vidinha pois atrás de mim já há luz à janela e já nem meia hora falta para abrir o café, os jornais, blá blá -, ontem misturei desejos naquela rentabilidade temporal com que tento gerir a confusão da minha vida, e seus amores, desejos: levei para o café a versão castelhana não por ter falsificado o bolçado ou por amor a Espanha, terra que terá muitas virtudes mas nelas não incluo o prazer de (lhes) ler jornais enquanto se aviam cafés: o Prólogo ao "prólogo" mais o Epílogo foram a razão e assim me explico, que é a mesma coisa coisa que dizer que acordei mal-disposto, este azedo que só se esvairá após o primeiro café tomado, permitam-no os cronistas a que darei a manhã. Ah! há os pássaros, sim. Gosto de ouvi-los a anunciarem o dia.
E houve quem me fizesse um mimo enquanto dava voltas à noite, e isso sabe bem. Muito bem :) Thanks Maria de Fátima! (vão lá. acreditem-me ;)
Ora como soe dizer-se, acontece que a folhas tantas citei Enrique Vila-Matas em castelhano e ainda os pássaros dormiam quando o cantarolar do barcelonês que mais admiro me acordou. É que algures por aí abaixo está pespegada numa das paredes do tasco uma "cagança" que dá conta à clientela da minha etilização literária, execrável e fedorenta como as etilizações devem ser e com vómito tão vero que nem uma rodela de chouriço foi acrescentada ao bolçado: todos os resíduos boiantes foram expelidos por, antes, terem sido deglutidos.
Explico-me e traduzo, não haja pior fedor: no bolçado dou como já 'aviado' o livro "A assassina ilustrada" (edição da Campo das letras) e hoje-ontem, na tal lenga-lenga à volta do Desejo e mais umas coisinhas, abro lide em futebolês mas mal arregaço mangas salto para o castelhano e disse-me bem acompanhado quando me refugiei no café a dar conta do 'desafio': "La asesina ilustrada", o mesmíssimo mas noutro linguajar, em que até nem me sinto afoito a ponto de dispensar as traduções: mal me vejo com a minha quanto mais com a dos outros. Barthes explica essa parte, que eu não foi por isso que madruguei, os pássaros cantam, e não tarda abre o primeiro café no bairro e aí vou eu empanturrar-me de vazios, sempre à cata duma gargalhada que me assome o fim-de-semana (acontece).
Parafraseando-me, acontece que quando passei os dedos pela edição espanhola já a lusa regressara às estantes, paz à sua alma e siga para bingo que lá em baixo há mais toneladas por aviar que aquelas que conseguirei fazê-lo enquanto houver pássaros a acordarem-me. A sua capa dura não me enganou pois não justificava per si as diferenças de espessura entre uma e outra, ambas em formato "de bolso" e portanto ali havia estória: folheei. O desejo?
Vila-Matas escreve-se com maiúscula, é Literatura. "A assassina ilustrada", se não erro tão velhinho que dos anos setenta's, tem uma estrutura narrativa em que o Prólogo não é prólogo mas chamar-lhe-ei o primeiro capítulo do romance e nem ele nem a minha psiquiatra se zangará: a minha loucura não me cega, até porque uso óculos e se há coisa em que sou vezeiro é na "cagança" de ler, muito, de tudo, e raramente esquecer. Ora o acréscimo de peso e volume no original espanhol (edição de 2005, mas naquela editora: a primeira é do tempo em que Irving Wallace fazia fila e meia da minha estante) justificava-se por: a) um prólogo específico do Autor àquela ediçáo e por inerência à obra, o que me interessava tal qual tudo o que Vila-Matas escreve me interessa; e, b) um Epílogo por Jordi Llovet, seu companheiro dos tempos de Paris à pala da Duras (está no "Paris nunca se acaba", sortudos, todos), duas e já tantas para fazê-lo meu como fiz: eram Saldos, coisa sempre de garimpo fino e feliz.
E, - para terminar o "eu explico" e ir à vidinha pois atrás de mim já há luz à janela e já nem meia hora falta para abrir o café, os jornais, blá blá -, ontem misturei desejos naquela rentabilidade temporal com que tento gerir a confusão da minha vida, e seus amores, desejos: levei para o café a versão castelhana não por ter falsificado o bolçado ou por amor a Espanha, terra que terá muitas virtudes mas nelas não incluo o prazer de (lhes) ler jornais enquanto se aviam cafés: o Prólogo ao "prólogo" mais o Epílogo foram a razão e assim me explico, que é a mesma coisa coisa que dizer que acordei mal-disposto, este azedo que só se esvairá após o primeiro café tomado, permitam-no os cronistas a que darei a manhã. Ah! há os pássaros, sim. Gosto de ouvi-los a anunciarem o dia.
E houve quem me fizesse um mimo enquanto dava voltas à noite, e isso sabe bem. Muito bem :) Thanks Maria de Fátima! (vão lá. acreditem-me ;)
2 comentários:
também...se não usasse os smiles(?) com parcimónia, aonde é que o Carlos utilizaria esta? que você arenga!!! e com letrinha miuda...homem! há muito que não tinha assim umas letras que escrevessem coisas e loisas dizendo quase nada e no entanto dizendo tudo e sobretudo sem andar discutindo -asserçando(!?)- sobre o rolar do mundo de modo prosaico e entediante (para mim, tá visto!)
PS - A inveja que eu sinto quando diz que raramente esquece
eu que esqueço tudo, desde sempre
não se assuste: eu calo-me :)
:))
volta sempre que desejares. e esquece o "você" que fico sem jeito - não sei usá-lo ;)
c
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