quarta-feira, 5 de março de 2008

interrogações

(sem primeiras, segundas, ou terceiras intenções: apenas como exemplo do 'sentimento de tragédia' presente no celebrado "Século das Luzes". e pela interrogação, pertinente, sempre pertinente pois claro, pois não haverá 'vivo' racional que não pense no oposto, e na sua potencial filosófica racionalidade.)
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Então, este Deus que eu sirvo deixa-me sem apoio!
Proíbe as minhas mãos de atentarem contra os meus dias!...
Eh! que crime se pratica perante esse Deus ciumento
Se apressarmos o momento que a todos nos espera?
Então, do cálice amargo de um mal tão durável
Será preciso beber a longos tragos a borra insuportável?
Este corpo vil e mortal será pois tão sagrado
Que o espírito que o guia o não deixa a seu agrado?
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Voltaire, "Alzira", V, 3, segundo "História do Suicídio", George Minois, Círculo de Leitores, 1999

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