(estava prometido, 'das ilusões')
quando entro num elevador com uma mulher penso sempre em sexo. tlim, tlim, Pavlov está aos botões e a luxúria sobe prédio acima, quando o par episódico se desfaz as portas fecham-se como se fecha a porta após uma sessão de psicanálise: atarantado, se a tareia foi grande; lesto, se ela foi ainda maior. outra: ao recorrente sexo em avião tenho versão pessoal para ele, o mesmo, mas num TGV. a tocar o apito nas rectas e nas curvas, um urro d'orgasmo que faz as vacas olharem, as campainhas tocarem e as cancelas caírem, piii piii urra que queca-se a quatrocentos à hora. fim de capítulo sexual, mamas rabos e cabinas telefónicas à parte e, agora, iludo-vos iludindo-me noutro prado que, de tema sexo, mesmo em ensaio já percebi que quanto menos se diz mais se sonha, haja Ilusões e t'shirts brancas, alvas, tiradas todas as manhãs da gaveta deste Verão, enormes sobre o corpo das mazelas e outras ternuras diversas, que a bronzeador se esturra e estupidifica no estival salivar corporal, mamas e peitorais, rabos e bíceps, tudo em arremedos de Ilusões em saldos de fim de estação, ano a ano repetidos e onde, julga-se, se vestem os egos para passarem assim-assim, sem destoar das bazófias das férias não tidas ou do romance de praia imaginado. e há as outras, mas p'ra quê falar nelas? sexo. o sexo é que é e está a dar. não se tem dinheiro e pensa-se nele e em sexo, se o temos pensamos em melhor sexo, pelo menos em mais estrelas no Hotel e em mordomias com morangos no Inverno e champanhe entaçado em umbigos, Murganheira servirá muito bem se os sortudos da Ilusão não forem da casta de maior desbunda, milionários. sexo, sempre. nas rotinas e nas ausências, na barriga cheia e farta, mesmo aí, se se sonham estados de felicidade lá vem o romance, às vezes a espreitar envergonhado e disfarçado de rapidinha com parceiro desconhecido, mistério, o idílico mistério de, olhando o bronze alheio acreditar-se que o nosso seduz, imaginar-se que as paredes e espelho dum elevador contariam do Urro após as portas se abrirem e fecharem, se falassem além do zumbido quando escalam andares e andares, esses onde os corpos de mistério arfaram em recorrente pensamento, que o comboio galgou campos e cidades deixando rasto em sémen de criatividade, orgia dela. terça-feira vou à consulta, primeira desta ronda que periodicamente se faz as calos e ao fígado, aos sonhos também. sei lá o que pensarei: sei que é uma 'ela' e, fascinante, na psiquiatria não usam farda e estamos em pleno Verão. só desmerece ser no rés-do-chão. depois digo do que pensei, calhando, que botões encontrarei para substituir os do elevador ausente, que mistérios e receitas a taxa moderadora trará. até lá tirem as velhinhas da rua, vigem as estações e apeadeiros e, principalmente, evitem os elevadores: se penso em Ilusões penso em sexo, visto a t'shirt da canícula. (começou sobre 'Ilusões' mas depois perdi-me, ainda a grade da porta não se fechara e, nos botões, o dedo clicou éne vezes seguidas no andar mais longe, mais alto, mais fundo, e embarquei. fica assim mesmo)
|
4 comentários:
Tu precisas mesmo é de te tratares...lol
Beijo comedido...th
Chamuar,
Vê se ativaste a moderação de comentários ou se desativaste os comentários. È que nos novos pos´s não há como acessar os comentários.
Forte abraço e sei bem da dor de ter que usar essa ferramenta...mas nunca deixar de se fazer algo porque alguém assim o quer.
ZP
Enviar um comentário