Era tão fácil chamar-me Pedro como chamar-me Ninguém ou carlos. Quando escrevo a "Inês" não tenho nome, acredito que é o sonho de todos os que julgam haver uma Inês possível, um romance maravilhoso por ler quando a vida os levou, a todos, para as estantes. Um a um jazem lado a lado, lombadas finas e grossas, sonhos encaixilhados em papéis editados, páginas que não escrevemos - esta merda dói, tanto bonito escrito e eu grávido sem parir. Uma vez escrevi um livro. Está lá, ao lado dos outros, coval meu. Os sonhos de ser escritor falecidos no suspiro de cento e quarenta páginas, os calções e as calças à-boca-de-sino pendurados no armário do passado, lombadas de poeira. Agora escrevo na net, organizo uma estante interminável e reorganizo-me a mim. Recorrente. A Inês e o webito, recorrentes. O sorriso do mangusso, também. E a lágrima, quando lhe calha e resvala, corre, desliza num fio agradável para o umbigo onde se aloja e aguarda um beijo doutro sabor. Isto também dói, já agora.
Não tenho história para contar. sequer estórias, falho que ando num teclado que só se eriça quando escrevo 'a ela', bela Inês. Crismei-a assim em impulso quando 'a' conheci, a musa. Se calhar julgo-me castelão e chamo-me de Pedro na inconsciência dos sonhos que me habitam no meu castelo. Ou se calhar não, não tenho nome e não existo, este mail e todos os outros milhares que escrevo são letras no éter, spam entre tanto, maliciosos remetentes que tentam ao calhas furar defesas, encontrar abrigos onde se alojem, o mítico colo que, dizem as velhas sabidas, é o que todos os homens procuram no regaço das mulheres e o sugar dos seios revela-o mais que o disfarça. Se calhar não existo, há uma máquina automática que escreve, escreve, escreve sem parar e cuidar de quê ou a quem, grita e chora, repenica um beijinho e exibe a lágrima alojada no tal cantinho umbilical ansioso do afago duma lambida que lhe prove o sal. Se calhar sou um gajo mal-resolvido sentimentalmente, nostálgico de quando a vida era elegante. E, se calhar, comovo-me e mando outra lágrima a fazer companhia àquela quando assopro as brasas para não as deixar morrer. Se calhar tenho alguma coisa para dizer e não o consigo, assim ficciono que Carlos-Pedro, afinal, não morreu assim há tanto tempo.
Não tenho história para contar. sequer estórias, falho que ando num teclado que só se eriça quando escrevo 'a ela', bela Inês. Crismei-a assim em impulso quando 'a' conheci, a musa. Se calhar julgo-me castelão e chamo-me de Pedro na inconsciência dos sonhos que me habitam no meu castelo. Ou se calhar não, não tenho nome e não existo, este mail e todos os outros milhares que escrevo são letras no éter, spam entre tanto, maliciosos remetentes que tentam ao calhas furar defesas, encontrar abrigos onde se alojem, o mítico colo que, dizem as velhas sabidas, é o que todos os homens procuram no regaço das mulheres e o sugar dos seios revela-o mais que o disfarça. Se calhar não existo, há uma máquina automática que escreve, escreve, escreve sem parar e cuidar de quê ou a quem, grita e chora, repenica um beijinho e exibe a lágrima alojada no tal cantinho umbilical ansioso do afago duma lambida que lhe prove o sal. Se calhar sou um gajo mal-resolvido sentimentalmente, nostálgico de quando a vida era elegante. E, se calhar, comovo-me e mando outra lágrima a fazer companhia àquela quando assopro as brasas para não as deixar morrer. Se calhar tenho alguma coisa para dizer e não o consigo, assim ficciono que Carlos-Pedro, afinal, não morreu assim há tanto tempo.
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