quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ri de quê?

O mundo parece estar virado ao contrário, esquisito, e o Entroncamento dos fenómenos esticou-se para cantos que eram impensáveis.
Hoje contaram-me que o Presidente já riu mais este ano que o Cavaco em dez anos. Também me contaram de que se suspeita em que a moda que se segue será a das autarquias abrirem falência técnica, e as 'Autárquicas' transformarem-se numa "Liga dos Campeões" onde os partidos mais poderosos escolhem a dedo quais as câmaras onde mais devem investir para ganhá-las, i.e. que défices escolhem nesse leilão de falidos, quais clubes de futebol há meia dúzia de anos atrás em que se tornarão as eleições autárquicas, à espera de mecenas que inventem orçamentos providenciais. Vi na TV, literalmente de fugida, o presidente do partido tradicionalmente alternante nos nossos mandos & desmandos dizer que há-de 'pronunciar-se' um dia destes sobre um valente rombo que recebeu no seu casco, com cara de aflito tantos são os torpedos e há tanto tempo que leva com eles, que quem o vê e assim se apieda estranha como não minguou mais e, glu-glu, naufragou. Mas diz que 'agora não fala', acredita-se que um dia destes o fará se não fugir ou for por água abaixo, apeado, tal como aconteceu ao chefe-de-sala do barquito do lado direito que mal se descuidou tinha o retrato desencaixotado à porta da galeria. Depois, sabe-se que o habilidoso que chefia a revolução estatal, Sócrates, poderá ser mais habilidoso que se sabia e ele contava, artes secretas em trepar escadas e muros, sebes sociais e outras esquisitices que vigoram no estratificar contínuo da sociedade e onde ele trepou, ó se trepou. Ele, o do ar evangélico, o tomado pela inspiração e graça fanáticas para moralizar e reestruturar, simplificar e moralizar, embirrou para aí e, afinal, quase que já se sabe da certeza em como ele será mais um filho legítimo da nação.
E o Presidente ri-se, contaram-me, o cuidado de me dizerem das boas cores e do sorriso rasgado, tudo feitos inéditos aos tempos do outro senhor. Ri-se, o Cavaco, contou-me quem reparou. Ri de quê? de prazer onanista por finalmente ter a maior batuta na administração da massa falida? ou será riso de nervoso-miudinho, contas e mais contas e mais contas, contas presidencialistas?

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