Quererei tudo
depois da morte.
Até lá,
quero apenas ressuscitar.
Em cada dia,
ressurgir dos mortíferos desfechos.
Lá vem o poeta, dizem.
E abrem alas, receosos.
Não me importa:
de vivo não quero memória.
Medo tenho
é de ser enterrado sem história.
Mia Couto, "idades cidades divindades" (Caminho, 2007)
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