ando a ler um livro de contos de Florbela Espanca, "o dominó preto"
(Bertrand Editora, 1998). não vou deter-me a comentar mais do que sei, e
que de facto me atraiu. melhor dito: que me atrai, dado que ainda nem
cheguei ao meio do livro. o nome é «crisântemos». uma flor fúnebre, como até eu sei
(e acabo de vir do Google Imagens, para ver ao certo "o que é um crisântemo": são muito coloridos, e no meu preconceito (pré+conceito) julgava-os flores mais.... "fúnebres", tristonhas. nada é como julgamos...)
esta observação emparenteseada acaba por me destruir o cerne do comentário pensado, e que era mauzinho: pensara eu, enquanto constatava a 'obsessão' da autora em rechear uma casa aburguesada - e que pela narrativa se pressupõe como 'feliz', 'alegre' - com crisântemos em todos os cantos, que naquela cabecinha pensadora havia coisas que não batiam lá muito bem. esticando-me, pensei: namorar a boa da Florbela deveria ser uma seca, e vá lá que se safassem uns poeminhas personalizados e os frou-frous de l'habitude desse estado de coisas. por causa dos crisântemos, de pespegá-los como ornamentais em todas (todas!) as divisões da casa descrita no tal conto. achei-o... fúnebre, como ideia, como ornamento, como 'mania'.
e vai daí pus-me a extrapolar. a somar palpites com base em preconceitos pessoais sobre a ornamentália fúnebre da autora. sem cuidar de ver para crer, de esmiuçar melhor para saber. e, afinal, o crisântemo é uma flor garrida, farta de cores, certamente que há outras menos bonitas ou pelo menos menos vistosas. uma lição, portanto. mas mesmo assim, mesmo a assobiar para o lado, apanhado que fui na minha própria armadilha de mal-dizer, digo-vos que, estivesse eu a beijá-la ou apenas a mirar-lhe os joelhos e o decote, e cá no íntimo estaria sempre de pé-atrás, receoso do toque dos lábios se tornar subitamente gélido, da cor rosada da chicha embranquecer a pontos de alvuras nada saudáveis. porra, porque não te ficaste pelas rosas ou assim, ó raio de poetisa maluca? humpf...
(e acabo de vir do Google Imagens, para ver ao certo "o que é um crisântemo": são muito coloridos, e no meu preconceito (pré+conceito) julgava-os flores mais.... "fúnebres", tristonhas. nada é como julgamos...)
esta observação emparenteseada acaba por me destruir o cerne do comentário pensado, e que era mauzinho: pensara eu, enquanto constatava a 'obsessão' da autora em rechear uma casa aburguesada - e que pela narrativa se pressupõe como 'feliz', 'alegre' - com crisântemos em todos os cantos, que naquela cabecinha pensadora havia coisas que não batiam lá muito bem. esticando-me, pensei: namorar a boa da Florbela deveria ser uma seca, e vá lá que se safassem uns poeminhas personalizados e os frou-frous de l'habitude desse estado de coisas. por causa dos crisântemos, de pespegá-los como ornamentais em todas (todas!) as divisões da casa descrita no tal conto. achei-o... fúnebre, como ideia, como ornamento, como 'mania'.
e vai daí pus-me a extrapolar. a somar palpites com base em preconceitos pessoais sobre a ornamentália fúnebre da autora. sem cuidar de ver para crer, de esmiuçar melhor para saber. e, afinal, o crisântemo é uma flor garrida, farta de cores, certamente que há outras menos bonitas ou pelo menos menos vistosas. uma lição, portanto. mas mesmo assim, mesmo a assobiar para o lado, apanhado que fui na minha própria armadilha de mal-dizer, digo-vos que, estivesse eu a beijá-la ou apenas a mirar-lhe os joelhos e o decote, e cá no íntimo estaria sempre de pé-atrás, receoso do toque dos lábios se tornar subitamente gélido, da cor rosada da chicha embranquecer a pontos de alvuras nada saudáveis. porra, porque não te ficaste pelas rosas ou assim, ó raio de poetisa maluca? humpf...
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