vejo nos súbitos cabelos brancos de Mourinho a exactidão, terrível, deste recreio extenso de viver: há um intervalo que amansa, há a glória e a angústia e há o prazer. mas quando soa o molesto apito cada um de nós sabe exacto, dolorido, que no fundo, no fundo, cada minuto arfado é afinal perder. e vejo nos obstinados cabelos brancos de Mourinho a calvície do céu que nos espia, quando reparamos e descobrimos aturdidos, que as nuvens fugiram e já nada resta para prever.
eu sirvo-me dum retrato alheio para estrumar a linha (como que em quebranto) e dizer que no céu tudo é fátuo e nada mais resta que viver, viver…
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