sábado, 31 de março de 2012

trocas & baldrocas... psico-sexuais


a biblioteca de Almeirim tem uma excelente iniciativa todos os últimos três dias do mês: trocam-se livros. levamos nossos e trazemos outros tantos deixados por outros. eu esmiúfro-me a descobrir repetidos (já não há) ou potenciais filhos bastardos a abandonar, em prol de novos a serem adoptados. mas já estou naquela fase em que chego a pensar comprar uma daquelas revistas que oferece um livro para poder ter 'mais um' para trocas.

hoje* lá fui. inicialmente fiz uma surtida exploratória e descobri dois que queria de querer, imperdíveis, e outros tantos potenciais. entretanto namorei duas amigas de lá, para nas suas estantes descobrirem ajudas para o meu dilema sacrificial: livros de que já não têm puto de interesse e que podiam-mos 'ceder' para usá-los à troca. na minha descobri duas vítimas, e ao princípio da tarde marchei todo pimpão para as 'aquisições'. então veio o problema: dos que as amigas reuniram para "eu dar" interessam-me todos. não os 'dou': quero-os. lá fiz o arranjo possível e acabei por só trazer dois, os mesmos que na parte da manhã já me animaram o olho. mas...

...mas folheei, e prendi-me nesse folhear a um dos que elas me 'dispensam', "A mulher enigma psico-sexual", sei que já vetusto 'mas', de Pierre Vachet. no folhear ia arranjando cãibras nas pernas, tanto que folheei! não veio, virá na próxima, mas entretanto digo-vos: ai "vocês"! ah mulheres danadas, tanto que se escreve acerca "de vós", chamam-vos enigma e com a razão do desesperado decifrador que quando se julga apto a resolver 'o assunto' verifica, com o espanto renovado a cada passo que dá na literatura e na praxis ron-ron, que afinal de contas nada sabe. nada. umas luzinhas, mas o núcleo do mistério continua indecifrável.

vem para a próxima sessão de trocas. aliás, houve uma altura em que os queixos me caíram tanto com o que li que até cheguei a resmungar «como é que conseguiste sobreviver até hoje sem este livro, Carlos! é por isso, seu burro, que elas fazem de ti gato-sapato, humpf!». crescer custa, mas a boa literatura é nesse processo uma parte fundamental ;-)


*ontem

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