quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Zé-ninguém


eu tenho uma vida secreta

na qual converso com ninguém.



umas vezes só, noutras insulado

rodeia-me um mundo vivo:

fantasmas, manias, creio que até fobias

e não há um que não seja irmanado



os que se sentam e me ouvem

são os de sempre, crescidos:

os heróis, as princesas, e o bicho-papão.



- oh, que colóquios travamos!

- oh, o estrépito da solidão!



eu tenho uma vida secreta

na qual converso comigo, eu,

o incrível zé-ninguém.

1 comentário:

miguel disse...

já se sentia a tua falta, e das palavras