domingo, 19 de julho de 2009

Uma foto, um símbolo

Os protestos no Irão. A foto (no jornal 'Público' de ontem; sem link que isso é luxo reservado a assinantes e eu sou um tradicionalista do "papel") retrata um momento duma manifestação em que várias pessoas presumivelmente manifestam publicamente a sua indignação contra o Regime. Conto quatorze na imagem e todas mulheres. Em todas o lenço na cabeça mas só uma usa um, branco, a tapar-lhe a parte inferior da face, tal como numa manif' em Paris ou em Praga uma manifestante assim se esquive a ser identificada. Mas é Bagdad e nem uma burkha se vê nas catorze. Nem um véu do medo. Vivendo no oásis de cá leio este pormenor como esperança, lá.

Antes que seja tarde, que a marinha israelita cruzou pela primeira vez o Canal do Suez com o ágremment do seu soberano Egipto, e com carga total e rumo indisfarçável. Entre eles um dos seus três submarinos de poder de fogo nuclear, e toda a frota que lhe dá apoio para uma missão longe de casa e de tempo que pode ser demorado. Nos States, o que o chefe não pode dizer di-lo o seu sub: Joe Biden, vice-presidente, declara preto no branco que Israel é livre de atacar o Irão para desmantelar até ao pó as intalações nucleares quando e como desejar, e terá o apoio total dos USA. Como não concordar, se os legos envenenados foram dados a uma creche de crianças com deficiências mentais profundas e incuráveis?

A Coreia do Norte é ligeiramente diferente: a China é menos previsível que a Rússia, e se esta já ronrona pelo status de prestígio/medo readquirido, os senhores do Império do Meio têm tantos problemas internos por resolver que facilmente poderão optar pela facilidade da velha solução agutinadora interna: a união contra um inimigo comum, "estrangeiro", seja na defesa do velho amigo manicómio do Norte, seja por uma versão em força dumas novas Falklands no sueste asiático, - leia-se Taiwan.

Entretanto catorze mulheres sem burkha lutam: heroínas a meus olhos.

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