sábado, 2 de maio de 2009

Os tempos da ciência

O título é roubado. Ou melhor: inspirado. Há uma semana atrás não precisava de calendário. As notícias eram do século XXI. E as ruínas mais antigas vinham todas do XX. A crise. Obama. O desemprego e as fomes e as guerras. Michael Jackson. Os Deolinda. Sócrates, a drª Manuela e as pandilhas. O Papa era o mesmo de sempre mas calça Prada. Não havia dúvidas sobre o calendário, o relógio temporal, os bons e os maus e o limbo entre eles não era estranho. O Tempo, o meu e nosso tempo. Então alguém espirrou.

Numa semana aprendi que os tempos estão errados. Feiticeiros, fazem-me folhear páginas medievais. Máscaras de medo, espirros de desconfiança. A ciência está confusa porque perdeu-se num tempo, num espirro. Feiticeira frustrada não aje e as fogeiras medievais acendem-se: em Hong-Kong um turista espirra e um hotel é feito refém (reclamam por cerveja e tabaco: afinal não está tudo perdido); leio que nas 'ramblas' já se turispasseia de máscara e recordo-me que Michael Jackson usou-a mas nem com ela evitou que a ciência feiticeira o lixasse com um nariz meio símio meio pássaro.

Numa semana soube que há um novo olhar para o lado, Cancún: o do medo, medieval de medo. Medieval de pensar e temer e defender (amanhã punir?). Nos tempos da ciência de mísseis balísticos e clonagens e o diabo-a-sete, que dispara um alerta cinco colocando-nos uma máscara sobre séculos mentais e pré-disparando o psicológico seis, a fogueira.

Numa semana.


(imagem daqui.)

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