terça-feira, 16 de dezembro de 2008

As "Boas Festas" do Nuno


poetinhas somos todos: faz parte do ADN do nosso "fado" seja qual for a idade biológica ou quando o coração adolesce e estamos apaixonados.
sê-lo com maiúscula é que já não é bem assim... há-Os, felizmente. o poema que vou publicar recebi-o hoje do Nuno Rebocho num e-mail de título tão inócuo como esta época do mês é: "Boas Festas". depois, aberto, tem como sub-título "a todos - amigos e inimigos, Bom Ano 2009".
eu sou amigo do Nuno e acredito que ele é meu. mas fôssemos apenas 'conhecidos' e a minha admiração pela sua Poesia nem era nem maior nem menor: igual, grande, enorme porque justa. segue o poema:

IRREDENTA ESPERANÇA

escondo-me no saco dos brinquedos:
ainda aí guardo esperanças e segredos
fechados a sete chaves.
deles por enquanto nada direi
- quero-os irredentos
puros (sagrados)
como serão os corpos nos noivados
e são as mulheres que eu amei.


escondo-me mas não deserto. fico
à espreita na tocaia a que me dedico
sempre à espera de novidades.
sei que virá o tempo
de abrir o saco
e sacar lá de dentro outro pacto
com a chuva com o sol e com o vento.


eu sei: virá o tempo. e então direi
quanto esteve sufocado e conservei
com força de medrar e viço
e alma. direi o chão
da aventura
regada pela viva água da ternura
onde por nossas mãos brotará o pão.


eu sei: virá o tempo.


Nuno Rebocho
15 Dezembro 2008


Obrigado, Nuno. Esta foi mais uma "época de festas natalícias" onde a tua presença nas caixas de correio deu à leitura dos mails... a "diferença" - sem desprimor pelas muitas mensagens recebidas, árvores com luzes e luzes de desejos e às quais também fiz "corrente"... porém receber um poema original do próprio remetente é... especial :)

(foto do Nuno gamada daqui, onde se pode ler mais alguma da sua Poesia, o que obviamente aconselho independentemente de estar-se em época pré-Natal)

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