Como a luz a cor
e a cor o verde
e o verde a fartura
de brilho e gordura
no dorso das crias
abres a palavra
quando vens - rainha.
Como o sopro o som
abres-me os caminhos.
Dura agora a luz
vazante dos tempos
que razam propícios
os pastos exaustos.
Caudais vão fundir-se
refazer torrentes
até que regresses
à bruma das serras
e eu refaça os vaus
da sede e da espera.
Ruy Duarte de Carvalho, "Ordem do Esquecimento", Quetzal Editores, 1997
(imagem daqui. linda. obrigado pelo 'empréstimo'!)
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