sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

uma folha em branco

ando com ganas duma cambalhota literária. estendê-la à minha frente e olhá-la, nua, imaginando-a ansiosa pelos caracteres que a minha caneta pinga por lhe dar. de passar os dedos devagar no seu rebordo, ângulos que enfeitiçam e impelem a ousadias maiores, à carícia na alvura do seu âmago e que rasgo em palavras de ímpeto, os dedos palpitam as letras que vão amá-la, as frases que a ruborizarão, o parêntese que, virada a folha, nos unirá no seu complemento, a continuação.
depois vem o parágrafo. maldito. o olhar dela semi nua, folha falha de tantas letras que ficaram por desenhar. maldito sejas, coitus interruptus, meia folha meia foda, meia vida por escrever e eu impotente para tanto de ti, folha e vida, contar, cambalhotar. maldito.

2 comentários:

Anónimo disse...

...e eis que ele desa"brochou"...lol
Só faltou mesmo um lamber erótico no meio de todos aqueles preleminares de escrita, que esperemos se transforma num orgasmo...melhor, em múltiplos orgarmos escritos, para nosso prazer...lol
Um beijo para o escritor...renascido?
th

Anónimo disse...

epá, força! tas com ela toda...a veia. só tu é que me fazias ir ao dicionário..as "gelhas".
beijinhos e muita, muita inspiração