segunda-feira, 2 de abril de 2007

Blogo-nada

Há três anos e picos que ando na blogosfera. Tempo. É fácil dizer que ela é uma "feira de vaidades"... venha o primeiro... Mas, no entretanto, digo eu: na vida real é igual, na vida é. E a blogosfera "é". Puta qu'a pariu. Puta que está desejosa de abrir as pernas ao primeiro que a loe, que mais a envaideça. Fanáticos, adictos. Eu. Pois, eu. Vaidoso. Cagão. Puta que me pariu, fora a minha mãe, coitada, que nem sabe que o querido filho ainda mais se envaidece na Internet (ela é "testemunha de Jeová", entendam...). Voltando aos insultos, estava bom: cambada de insanes, tímidos escondidos com as orelhas de fora, feios e feias que se julgam bonitos: somos uma merda, eis o que não se lê em nenhum blogue. Cobardes. Falsos calados, hipócritas. Raro é o que fala como escreve. O link é a medalha, outro cobarde que nos descobriu e acredita ter encontrado outro ombro, "tão bem que ele/a fala, escreve, pensa...." Vou armar-me em 'bom', em 'diferente': eu quero é olhos, é olhar, e este blogue como os outros quatro é uma capa e nova desculpa para dizer e confessar que, bloguista, sou uma merda. O que eu penso é igual a ti, tu, tu a matutares e calares. Só que eu quero é ver-te os olhos, lê-lo em ti.
Caçaste-me: eu quero, afinal, é que tu o leias em mim. Isso, isso tudo. Quero safar-me, quero o meu blogue especial. Tenho pena de não ter conseguido (ainda...) apagar as referências totais, o perfil e a assinatura: já não me revejo no passado escrito, de não ter conseguido renascer doz ero, do total zero, esse mítico zero onde nascem os nossos Euro Milhões, a audiência perfeita que nos acende as luzes do espelho. Deste blogue, deste link - esse elo que se entrega com mais fervor e cagança que antes um 'cartão de visita'... já nada espero: será igual aos outros quatro, mais dia menos dia, mais post menos post... é 'o Gil', e vocêm sabem quem é ainda desde antes de eu sabê-lo, vê-lo, compreendê-lo.
Um dia que virá eu conseguirei: sei que tenho escrita, que sei como e não tenho merdas em deixar as minhas emoções escritas, e elas valem o que valem mais o arredondado de ser eu o próprio a escrevê-las: há aquele momento em que se pára a olhar para o teclado e é fatal, o segundo antes de se disparar no pente e desatar a pentear o retrato, o espelho. Mas sei "que morro" se parar. Aliás: quando parar. Um dia destes aconterá, mesmo que não o programe ou decida (eu) por impulso. Até lá é assim, vai o resto e é meu amigo que conseguir olhar o que sobrar e olhá-lo nos olhos, a tal carícia.
O que mais desejo?: recuperar os meus amigos. Os que a minha cagança os fez perder, os que as suas caganças fizeram perder-me. Foda-e, que ninguém me diga que uma trip é razão para mudar de passeio, que uma cena marada é mais do que uma cena marada: há gajos e gajas atrás delas, há pessoas com quem trocamos olhares e, lê-se de vez em quando, há flores que nascem em pantanais, essa coisa viscosa e aderente de que, todos!, estamos fartos. Iguais. Tu e eu, tu e todos, eu que me deixe "de merdas". Quem me irá ler conhece-me, fora um (Olá, bem-vindo!) que cá google-caia ainda sei lá porquê vós e eu conhecemo-nos, noventa e nove vírgula nove e mais o resto que sabemos já nos olhamos, sentimos a química, corporalmente reagimos tal como no café d'esquina. Este blogue - oh que choramingas estou... - vejo-o mais como "meu último" que qualquer dos anteriores, e olha-se sempre assim para eles, um dia... Valha quem para além de vocês cá calhar que 'o Gil' ninguém é e, desejo este provável como certo... - ninguém será. É com vocês, apenas, esta "carta a Inês" pessoal, construção de patíbulo remendada com mais uma rodada tal como na "real". O casamento das duas que, como nos dos 'reais e literais', conduz que nem um truz ao divórcio de sentires especiais, e viva a rotina e o quotidiano, palavras sem nenhuma musicalidade mas que rapidamente são forçadas a adquirir a rima do... do... quotidiano.
Cada vez me lembro mais da "Internacional Situacionista" e do que ela terá a dizer sobre o mundo da net, também a blogosfera. Cada vez estou mais parvo a perder-me em juízos inúteis pois o que ela terá a dizer é que eu, (tu, todos os daqui) estamos a dizê-lo. E é assim, é assim quem daqui a dez ou aos anos que calhar será dito e escrito, assinado um 'Internacional' qualquer. Este fogo lento, este marinar antes dum final que ainda não se conhece assim, tão como o medo dos outros indefinidos, o divino, o vida para além da morte, o mundo dos fantasmas e das almas, o sempre tremor íntimo quando se joga-pensa ao jogo da mesa pé-de-galo. Que raio de post...
Tenho uma porta fechada que não desejo ver aberta. Que tenho a fazer? mantê-la fechada e blindar os muros para que nunca dela venha o toc-toc? antes dele 'esconder-me'? 'final'? (gostava que este post fosse lido por quem ainda não conheço mas ainda deverei conhecer, uma tarde chegará a carta e escreverei de mão própria data na agenda) Nada disto cai ou se resolve assim, nuns Cala-te, não sei que dizer ou que dizia: se está certo que tive uma interrupção noutro o é que, voltando à releitura, já não apanhei sentido e sequência ao pensamento escrito, e nada de apagar. Igual? afinal é igual ao resto, às tantas atitudes sem sentido da "outra", do ser sem adsl? rolos no cabelo ou ganchos que já já o formatam, o embelezam, o espelho sempre? Stop, até já: já estou suficientemente baralhado para dizer "até já", nada mau. Bem pior é este sentimento de Páscoa festa menor, de parte da inspirada poesia da vida foi-se e nem deu sinal de ida. De, além da Tropabana haverem escarpas, além de nadas haverem Nadas, e duma mão fechada nada ter além desta mentira gostosa, deste espelho que me finje quando me penteio, deste post da treta para quem, como vós, já "me leu" e sabe, sente, se é ou não meu Amigo, e ponto final (do post).

1 comentário:

Anónimo disse...

...de branco às florinhas rosa, ainda bem que voltaste