sexta-feira, 4 de outubro de 2013

serras e planícies


«A conversa começou a tomar balanço, sobre a chuva, a partida e o regresso a casa, a verdade que é livre, e a liberdade que torna as coisas verdadeiras, as transformações dos tempos. Embora não o dissesse claramente, Eberhard começou a falar do discurso desadequado aos tempos actuais que Jorg proferira. - Sem que tenham sido rebatidos, há temas, problemas, teses, que um dia simplesmente se extinguiram. Soam a falso; quem os defende, isola-se, quem os defende com paixão, torna-se ridículo. Quando eu comecei a estudar, a única coisa que importava era o existencialismo; no final dos meus estudos, todos estavam entusiasmados com a filosofia analítica, e há vinte anos, regressaram o Kant e o Hegel. Nem os problemas do existencialismo estavam solucionados, nem os da filosofia analítica. Toda a gente estava simplesmente farta.»

in "O Fim de Semana", Bernhard Schlink, ASA. pág. 173

para dar um visual gráfico (aspas) ao excerto pensei inicialmente em certos resultados eleitorais partidários. abandonei a ideia. estava a ser mauzinho, e a esticar demais a analogia. depois pensei na silhueta da serra comum da abstenção e dos votos nulos e brancos, mas também não gostei dessa paisagem. ultimamente não vou muito com serras, cativa-me mais a planície e a certeza. então arregacei mangas ao Google Imagens e deixei-me ir. deu isto. vassourar as teias de aranha ideológicas não é má ideia. torna tudo mais claro - até provavelmente o futuro.

 

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