segunda-feira, 23 de abril de 2012

la France


 
"Se for eleito, Hollande não conseguirá certamente concretizar algumas das promessas centrais que fez. Marine Le Pen não deixará de lho cobrar. Imaginar a extrema-direita a liderar a direita francesa é algo que está no limite do pesadelo. A simples hipótese de isso vir a acontecer é um sinal muito perigoso que a França envia à Europa."

1 - de facto assim é: houve momentos de campanha em que o discurso de Hollande cairia quase sem vírgulas no O Inimigo Público: lia-se e não se queria acreditar: baixar a idade da reforma para os 60 anos? nesta conjuntura? e etc. mais um candidato da esquerda mal preparado, incapaz de ser bandeira... credível. a ex-mulher, Ségolène Royal, nas anteriores eleições levou uma banhada do Sarkozy porque rapidamente se percebeu que de dossiers de Estado pouco percebia e não mostrava apetência a perceber mais em matérias que para uma França forte e líder (ou co-líder) europeia são importantes. como a Defesa. ainda mais num país tão chauvinista como aquele. e foi o que se viu. agora vem o ex, naturalmente remando contra a corrente que nos encharca, mas com uma visão do conceito de "reformas da sociedade" que nem o nosso estrelinha vermelha se atreve a reclamar. reformas laborais aos 60 anos? como é que disse? é que se diz isto disto, o que pensará acerca do resto... credibilidade em baixa! Strauss-Khan teria ganho 'a brincar', não fossem os seus problemas com a comichão na braguilha terem-se tornado tão incomodamente populares

2 - a Le Pen. e recordo-me de Lampedusa. do embaraço e da indecisão de todos (todos) os governos europeus ligados àquela linha da frente (Líbia/refugiados) em resolver o problema. bom exemplo são aos 100 vítimas que morreram à fome ou de doença porque no charco do Mediterrâneo, pejado de barcos e barquinhos de todos os feitios e cores e canhões e mísseis e helicópteros e piscinas e óculos de sol, não houve um que os socorresse. e recordo-me que a Le Pen atingiu no mesmo momentos picos de populariedade. e pergunto-me que sonhos tem, ela que é tão nova comparativamente aos restantes galos. que afundando o Sarko ela emerge naturalmente como líder da direita francesa. a pergunta completa-se com a dúvida acerca de a quem endereçará a 1 de Maio os seus 20% já registados. e tão fácil será dar "liberdade de voto" num discurso onde o núcleo seja denegrir o seu único real rival para a única liderança que para já (para já) ambiciona, motivando a abstenção dos 'seus'. o xadrez político é o jogo preferido dos filhos da puta.

3 - a ilha. longe daqui. a Europa fede. a Austrália é bonita, já que as Kiribatis se afundam à realidade

Sem comentários: