saí à rua, comprei o Público e uma revista de carros, namorei a edição especial da Volta ao Mundo redigida em exclusivo pelo José Luis Peixoto - e os quase 5€ ainda se me hesitam (mas não a esqueço), e abanquei no café a fazer que lia mas a pensar nas sextas, na exclusividade das sextas tão mitológicas que são nos nossos mini ciclos de sobrevivência.
tudo parece igual. VPV continua um pop star à custa da sua cirrose analítica e em proveito dum mundo que só pode ser melhor que ele o pensa (meu Deus! atormento-me com dores alheias ao pensar no pânico dos seus vizinhos, agora que se aproxima a reunião anual de condomínio!), Genève mostrou "mais de 100 novidades" lindas de morrer, mas nem os testes aos Porsches escondem que as nossas revistas se viram e reviram em mostrar a excelência das ofertas abaixo dos 15.000 €, e não me esqueço que nas páginas do JLPeixoto entrevi poemas inéditos e uma foto duma skater vista de ré, calçãozinho justo branco. e, sexta, concluo - olhando à minha volta, na minha volta ao meu mundo - que hoje, hoje, as mulheres continuam tão lindas como o eram ontem (ontem, lembram-se?)
amanhã tenho de tomar decisões. ou a infidelidade ao Expresso e ao Público de sábado - e a gastronomia no Fugas? hã? - à troca com os inéditos e o calçãozinho branco (justo), ou prolongar a minha ilusão de ser um VPV caseiro e renovar o delicioso sábado de resmungos ao mundo, e sem os calções brancos.
a vida dum reformado teso é aprazível mas lixada.
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